segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

INSIGNE FICANTE

 





INSIGNE FICANTE


Não sou passarinho preso que canta

E aparenta alegria na dor que sente

Antes, sou bicho que desencanta

No mundo que estou, não insigne, ficante


Quisera ter no universo meu encanto,

Sentir-me aqui e agora por inteiro,

Assaltam-me sentimentos de espanto

Como um abraço da morte, traiçoeiro.


Minha liberdade é a incerteza,

O livre pensar, ou não, se me der prazer,

Voar sem asas, nadar contra a correnteza,

Rolar morro acima, morrer de viver.








E quando a onda, covarde me derrubar,

Se ainda respiro, luto contra a maré,

E a felicidade, se quiser me achar,

Que venha ligeiro me abraçar de pé!


Autor: Fernando Gurgel Filho

2 comentários: