COISAS DA NASA

Fazia algum tempo que eu não via o Caixa Preta, o cabra andava sumido, pensei até que ele estivesse doente.
Preocupado, resolvi lhe telefonar perguntando o que tinha acontecido, ele riu e na base da gozação disse que estava trabalhando em algo muito importante e sigiloso.
Completou dizendo que era num tratamento aqua termal em cerâmica polida, alumínio e aço, em um ambiente rigorosamente controlado.
Fiquei deveras impressionado, resolvi então fazer mais perguntas pra acabar de vez com o mistério, parecia até coisa da Nasa, depois de muito insistir ele explicou.
Estava lavando a louça, com água quente sob a supervisão implacável da mulher. Dei uma gargalhada tão alta, que o pessoal em volta se assustou. 
Mas continuando o nosso papo, segundo o velho Caixa, o agora afastado governador recebeu a visita de uma comissão do Vaticano que fez um busca na casa dele, onde esperam encontrar indícios de santidade para a imediata canonização.
O nosso rotundo e inútil governador, está fazendo de tudo para voltar do afastamento antes do prazo final, talvez quem sabe um pouco enciumado com o destaque pífio que a vice está tendo, pois o marasmo continua o mesmo.

CREMAÇÃO

A pouco tempo, sem nada pra fazer resolvi assistir a um programa de besteirol na TV, estava até parecendo que o ex - ministro da economia copiou uma de suas brilhantes ideias do tal programa.
Um cidadão com jaleco branco e crachá de uma  Prefeitura tocava a campainha de uma casa e perguntava:
O senhor João da Silva está? A pessoa vinha até a porta e o suposto servidor da prefeitura lhe perguntava:
- O senhor é o João da Silva?
A pessoa respondia sim e logo vinha a segunda pergunta: O senhor na data de ontem completou 70 anos? A resposta foi sim.

CONTRIBUINTE - ESSE OTÁRIO

Lá no Porcão conversando com o Caixa Preta, notei que o cabra parecia entristecido, pensativo algo não o estava agradando, fiquei meio apreensivo.
Um grande temporal começou, sentíamos que o mundo estava desabando sobre nossas cabeças, continuamos bebendo a nossa cerveja e observando correria do pessoal para tentar conter a água que entrava por todos os buracos, pensei até em comprar uns guarda- chuvas pra vender, talvez pudesse descolar algum trocado.  
O velho Caixa continuava calado, mas logo saiu do silêncio, voltou a ser o cabra que tinha uns casos pra contar.
A chuva continuava caindo, parecia até lágrimas de tristeza pelos descalabros que hoje infestam o Guará, que está passando por um grande processo de degradação provocado por essa turma de incapacitados, que não cansam de aprontar.
Nas redes sociais uma cambada de puxas sacos procurando explicar as merdas aprontadas por aqui, sem dar uma real satisfação ao contribuinte, mas atendendo aos amigos do rei com uma fidelidade quase canina, o circo pega fogo e nos fazem de palhaços.

MANADAS

Um bando de imbecis corre pela esplanada no DF, estão enlouquecidos mas prontos para aprontarem mais um ato insano contra o povo, depredando tudo que encontram pela frente, mostrando que ainda estamos longe de sair do atraso e sermos uma pátria de verdade.
Animais enraivecidos, agem como uma manada de gado, idiotizados, cegos por um ódio irreal criado pelas cabeças de alguns imbecis.
Em que país você vive? Tente descobrir, pois me parece que essa turma que vive reclamando em redes sociais, nunca esteve na rua para protestar, minto, esteve sim, quando houve uma ameaça de não realizarem a maldita Copa do Mundo por aqui. 
Espero que não tenham esquecido pois contou com a participação de todos, a grande verdade é que ninguém está preocupado com nada, apenas com o próprio bem- estar.
Há anos somos explorados por essas quadrilhas que infestam o poder público em todos os níveis, ninguém se indigna, não demonstram nenhum sentimento quando direitos são suprimidos, quando muitos fazem piadas com a própria miséria.
Nossa liberdade cada dia é mais e mais cerceada, matam brancos, negros, índios, mulheres, gays sem que ninguém levante a voz ou se manifeste nas ruas contra tais absurdos, calados estão e calados ficam.

NATAL - FESTIVAL DE FALSIDADE

Estava meio distraído tentando escrever algum artigo, olhei em volta vi o calendário, parece que conseguimos chegar em Dezembro, a Copa do Mundo que acabou, esse ano foi disputada no Qatar, próximo aonde Judas perdeu as botas.
O Caixa Preta prefere dizer que é depois do inferno, um palmo adiante, no meio do deserto, onde até cerveja gelada está proibida.
Pensei em dar uma volta pela cidade como sempre faço, mas a chuva fininha que teimava em cair me fez desistir da ideia, voltei pra frente do computador, nada de novo, o Caixa Preta ainda não telefonou.
Quando chegamos nesse período pré natalino o Caixa Preta fica invocado, pois o cabra não é muito chegado no Natal, pra ele uma das festas mais cretinas da face da terra, eu também prefiro o Ano Novo.
Todo mundo já preparando a lista de presentes, de compras, cartões com frases de efeito, mais falsas do que nota de três reais, tanta doçura que se você for diabético entra em coma, mas enfim aqui chegamos, o negócio é preparar o espírito. 

BRINCADEIRA TEM HORA

O telefone toca, meu amigo Caixa Preta, que nunca me deixa na mão, estava trazendo uma notícia em primeira mão sobre o Guará. Muito afobado o cabra me contou mais essa que custei a acreditar, mas em se tratando do Guará, todo tipo de insanidade é possível.
Aproveitando a pandemia alguns membros da nossa já folclórica Câmara Distrital Legislativa do Distrito Federal – CDLDF, sem ter muito o que fazer ou na pressa de querer apresentar algo a seus eleitores, aprontam aqueles projetos malucos para encher linguiça e tornar a vida do contribuinte pior do que já é, com uma proposta imoral que sequer deveria ser cogitada por alguém que tenha um mínimo respeito pela cidade e seus eleitores contribuintes.
Um desses projetos atinge como um meteoro o nosso já tão maltratado Guará, que a alguns anos luta contra o que nos é imposto por esses aprendizes de feiticeiros, que se auto proclamam Padrinhos do Guará, que nada de bom trazem para agregar a nossa cidade para melhorar a nossa tão combalida qualidade de vida.

COMPARANDO

Estava eu tranquilamente sentado lá no Porcão, queria encontrar com o Caixa Preta, tomava minha cerva tranquilamente quando de repente o celular toca, atendo e do outro lado da linha ouço aquela voz que parecia sair de algum túmulo ou do além de tão cavernosa que era, mas passado o susto inicial reconheci a voz do meu nobre amigo, o Caixa Preta.
Parecia que algo sério tinha acontecido, com o velho Caixa tudo é possível.
-Velho Gruja, é assim que o Caixa me chama, preciso falar com você urgente! Venha rápido.
Pensei com meus botões, o que será que esse cabra aprontou ?
-Não comenta com ninguém, mas estou aqui na delegacia, uns vagabundos me denunciaram com uma fofoca daquelas, coisa de desocupado e estou aqui a mais de três horas prestando esclarecimentos.

ALÉM DA FEIRA

Com a proximidade do Natal, o Caixa Preta anda meio arisco mas o nosso destino de sempre é o bom e velho Porcão onde nos aguarda os agrados de Galak, um verdadeiro paquiderme no trato com a freguesia, só de lembrar fico com os olhos cheios d'água e a boca fica com gosto esquisito de sangue.
Sem querer comecei a me lembrar de uma audiência pública que aconteceu aqui no Guará a respeito das obras ou cagadas que fizeram lá na QE-23,um verdadeiro acinte aos moradores.
Já faz um ano, muito concorrida por sinal, mas com o ar de embromação de sempre que é pra não perder o costume, o povo adora ser feito de besta, segundo eles.
Debates acalorados, reuniões diversas, estudos de araque, nada disso resolveu e a coisa tá lá, muita falação, promessas, sempre mentirosas, achando que talvez na cidade só morem idiotas que aceitam tudo que eles inventam.
Esse inútil governador, quando é época de eleição sempre vem até a Feira do Guará pra se empanturrar com pastel e caldo cana, sempre acompanhado de um bando de puxas sacos, compra até temperos nas bancas, pra ganhar votos dos incautos.