Passei lá na praça vi o pessoal reunido embaixo da jaqueira, uma discussão sobre nada muito acalorada, garrafas vazias , copos e o que é mais importante consumidores de montão ,enquanto tomavam aquelas doses generosas de Domus discutiam os males da água para o organismo humano, sempre evitando aquela palavra que abala as estruturas emocionais de alguns, que é a palavra: Trabalho.
Assim sendo em respeito a saúde dos nobres consumidores da destilada, maltada ou misturada com metanol, evitarei o uso de tal impropério no que escrevo, para não causar nenhum mal a saúde da turma, que permanecia naquela saudável algazarra falando da inflação que parecia agora atacava o preço dos destilados e afins.
Aproveitei o entusiasmo da turma perguntei o motivo de tanta discussão, parecia o parlamento americano discutindo relações exteriores.
Fiquei por ali ouvindo o papo da galera, mas com o pensamento bem longe dali, tentava lembrar de algo que estava me preocupando aqui no Guará, pois o tempo passa e os problemas se avolumam.
Vi que apesar da preocupação, o tempo tinha passado e os nossos problemas continuavam ai por serem resolvidos, na verdade nada para comemorar, não adianta fingir otimismo, pois tudo continuava no mesmo diapasão sem solução a curto prazo.
O calor tira toda nossa vontade de tentar fazer algo, a única coisa que nos vem em mente é nos livrar dessa sensação térmica que lembra bem as labaredas do inferno, apesar de não conhecer, mas imaginamos que assim seja, o suor escorre, incomoda, tira o nosso poder de concentração.
Mas temos que pensar em assuntos que estão deixando a população preocupada com um futuro que querem nos tirar.
Parece que atentados contra o meio ambiente estão se tornando marca registrada do Guará, uma cidade cercada de verde mas com uma tradição muito forte pelo descaso com a natureza.
Basta observar com atenção os movimentos que fazem para tentar chamar a atenção das autoridades contra essa verdadeira chacina contra o nosso meio ambiente, sem observar os verdadeiros atentados contra a nossa qualidade de vida dentro da própria cidade, onde sempre em cada dia que passado recebemos tapas na cara de políticos que dizem amar o Guará e vertem lágrimas de crocodilos quando falam disso.
Basta dar uma volta na cidade para ver os sinais dessas agressões criminosas contra o meio ambiente, que muitas vezes partem de órgãos que estão aqui para nos proteger e zelar pela preservação de espaços tão importantes para nossa saudável e imprescindível sobrevivência, que a cada dia sofrem agressões que podem ser irreversíveis a longo prazo.
Mais uma semana começando, o calor está de rachar, a falta de inspiração provocada por essas labaredas do inverno infernal, deixa a gente meio desligado sem muita vontade de fazer qualquer coisa que não seja, tomar cerveja , sombra e água fresca.
O Caixa Preta ainda não telefonou, estou quase dando uma chegada lá no Porcão pra tomar uma gelada enquanto velho Caixa não aparece, o que me incomoda é o Galak passando pra lá e pra cá, estou quase dando uma cadeirada nele.
Com a chegada inesperada do velho Caixa, mudei o foco das minhas preocupações pra evitar confusões.
Expliquei ao velho Caixa que aquela vida estava me cansando, o Guerrilheiro do Cerrado estava inspirado, logo me fez ver que era besteira.
O Natal se aproxima, as coisas continuam no mesmo diapasão, tudo se repetindo pra lembrar a cada momento o nosso atraso.
Essa República de Bananas me dá nojo e vergonha, pois acho incompreensível essa revolta com a não premiação de um jogador de futebol, quando temos motivos muito maiores e relevantes para nos revoltar, que a tal premiação.
Temos um Congresso que fede à distância, que não respeita o povo em momento nenhum, o tal salário - mínimo que é uma piada, serviços públicos de péssima qualidade, isso sem querer falar das outras mazelas que nos atinge cotidianamente.
A preocupação maior agora são as eleições nos States, enquanto isso os eleitos aqui aprontam contra os contribuintes sem dó nem piedade.
Sinto que talvez esse país talvez nunca vá melhorar, pois a falta de dignidade do nosso povo deixa o freio de mão do desenvolvimento sempre puxado, com a marcha ré engatada.
Sempre achei que um país com o tripé: Samba, futebol e carnaval nunca terá futuro, não me venham com aquela desculpa de que o nosso povo é alegre, o sentimento que tenho é de um povo parvo que não tem seriedade, vivem preocupados com o que acontece lá fora, principalmente com as imbecilidades do mundo artístico, esquecendo de olhar as desgraças que enfrentamos para sobreviver.
Um leve chuvisco, a falta de ânimo, uma preguiça até pra respirar, preciso escrever o artigo, o assunto com certeza o velho Caixa vai trazer.
Essa frente fria que está vindo lá das bandas do Piauí já está me deixando incomodado, parece que estou no meio do deserto e não encontro um oásis, o suar escorre.
Saio igual a um zumbi procurando pelo Caixa Preta, quem sabe ele não acha uma solução para aplacar esse calor infernal,parece que adivinhando o meu pensamento o velho Caixa surge de repente e com ele um convite para aplacar a sede lá no Porcão,não poderia ser diferente.
O Galak o nosso garçom preferido já nos esperava como sempre com aquela alegria de fazer inveja a velório, com a faca na mão(estava tirando a sujeira debaixo da unha...do pé), jogou a faca na mesa lá da cozinha onde preparava o tira gosto, passou raspando a minha orelha.
Veio ao nosso encontro, resmungando e xingando para demonstrar a satisfação em nos ver.
Fiquei tão alegre que quase saio correndo dali, só não corri porque estava cansado, muito suado e o sol lá fora não era muito convidativo.
Pedimos a nossa cerveja, logo o velho Caixa começou a falar sobre um amigo que perdemos.
Aquele baixinho invocado, dos cabelos rebeldes, pois segundo o velho Caixa os cabelos estão se rebelando e abandonando a cabeça do cabra, vai ficar parecendo bola de bilhar.
Parece até brincadeira essa canalhice que estão aprontando contra o Guará, não há como expressar de outra forma essa falta de atenção com a nossa cidade.
Muita gente pode até estar estranhando o assunto que é recorrente hoje por aqui, apesar dos puxas sacos se desdobrarem para encobrir as lambanças que querem aprontar no nosso quadrado.
A população está cansada desse amontoado de mentiras em grupos de Whats’App, parecendo até matéria paga, dado a insistência de alguns em querer defender o indefensável, danam o pau a propagar um amontoado de baboseiras a respeito do que acontece, replicam sem dó nem piedade.
Mas o que mais chama a atenção além de quem se acha o dono da cidade querendo substituir o executivo, coisa que está acontecendo com muita frequência, sem que o GDF mova uma palha para dar um fim nesse descalabro.
O espaço esportivo público do Guará, o famoso CAVE sofre de uma das mais danosas forma de abandono por parte da Administração.
Sejamos sinceros, o Guará está a deriva, cheio de vaquinhas de presépio, mas com chegada dessa turma a população meio desconfiada achou que a coisa poderia melhorar, ledo engano, parece que a coisa vai degringolar de vez, é uma mentira em cima da outra.