INSANOS

Cada dia que passamos parece que uma maldição paira sobre nossas cabeças, começo a sentir que o pouco da sanidade que nos resta está indo pro espaço.
O que mais me irrita hoje é ouvir uma frase muito em voga, essa frase cunhada pelos donos do poder para tentar nos acalmar : A Economia Não Pode Parar ! Como se a nossa vida girasse em torno apenas do vil metal, chega a ser um acinte para qualquer ser humano, depois de uma pandemia que deixou um rastro de morte e miséria em um passado não muito remoto.
Vemos um Estado que não protege seus cidadãos de forma adequada, preocupado apenas com essa politicalha barata que grassa em todo o país.
O que se vê são campanhas políticas estartadas antes do tempo, pois o mais que tudo e interessante é salvar-se politicamente em detrimento do pobre contribuinte que os sustenta, numa total falta de sintonia com uma coisa chamada humanidade.
Na verdade o que assistimos é uma verdadeira guerra de egos e desatinos mil, pouco se importando com o número alarmante de desempregados e miseráveis, que não têm onde morar, muito menos o que comer,é preocupante.

SUJEIRA - TRISTE PAISAGEM

Parece que a velha discussão sobre sujeira e lixo espalhados na cidade voltou a mesa de debate, parecia que o assunto estava resolvido.
Eu e o Caixa Preta, sentados lá no Porcão falávamos sobre sujeira aqui no Guará, pois agora com a escalada da dengue é o tema do momento.
Não dá pra entender muito essas coisas, virou assunto do momento nas redes sociais, a coisa soa estranho quando ouvimos tantas reclamações sobre sujeira, mas sempre com atitudes diferentes. 
A nossa parte não é só reclamar dos nossos gestores, que sempre fazem a manjada cara de paisagem, detesto ter que voltar a certos assuntos, alguns são muito cansativos, desgastantes e muitas vezes não vemos providências serem realmente tomadas, apenas as velhas desculpas esfarrapadas de sempre.
Quando resolvo dar uma caminhada pela cidade, sempre me deparo com a sujeira, talvez já esteja tão comum que parece fazer parte da paisagem, o que muito desanima.
Mas quando procuramos os responsáveis para saber de alguma explicação plausível, jogam na nossa cara na maior cara de pau, a velha desculpa, estamos analisando, já notificamos, mas nada de solução para o problema.

EFEITO DAS FESTAS E OUTROS BABADOS

Lá no Porcão, tentando não aspirar aquela fumaça misturada com a catinga, aquela que vinha da cozinha, onde Al-Qaeda preparava alguma coisa. 
Resolvi sentar lá fora, queria ficar longe pra não sentir a catinga, minha cabeça gira parece que vou desmaiar, tenho que me manter alerta, o estômago acaba de bater na garganta. 
Nisso chega o Caixa Preta, foi logo sentando e perguntando pelas novidades, pois ainda estava de ressaca.
Foi logo contando como tinha enfrentado as festas, pois quando chega o final de ano, todo cuidado é pouco, pra evitar as armadilhas é bom ficar alerta, pois continuo meio abalado. 
Quase uma semana se passou, ainda sinto os efeitos do Natal, acho que exagerei um pouco, isso pode ser consequência do que bebi na festa, ainda estou um pouco confuso.
Pode até parecer brincadeira, mas a coisa é séria, estive pensando aqui porque ainda estou de ressaca, tenho a impressão que colocaram algo na minha bebida pois ainda estou passando mal, toda vez que lembro desmaio.
Digo isso para alertar os amigos, quero que fiquem atentos contra esses perigos ocultos em festas de final de ano, todo o cuidado é pouco.

PENICO DE OURO

Com o Caixa Preta não tem conversa, quando não gosta reclama logo, não deixa nada passar em branco. Quando me encontro com ele, sei que vou ouvir casos que costumam acontecer por aqui, sempre me diverte muito, passo para minhas crônicas imediatamente pois são fatos divertidos, desses que acabam com o mau humor de qualquer um.
O Caixa Preta falou que sempre quando se fala em banheiro público, a coisa começa a feder desde a época da inauguração, pois o que existe por trás  é de deixar ovo, com cabelo em pé.
A maravilha a qual ele referia é o famoso Penico de Ouro situado no terreno da Administração, leva o pomposo nome de banheiro público.
Mas pensando bem, um verdadeiro acinte ao contribuinte, pois tudo corre por conta da viúva, com nossos impostos.

FESTA SURPRESA

O meu amigo Caixa Preta estava meio triste, sem grana, sem aumento alguns amigos abandonando a terra, o cabra está só o bagaço.
Para ilustrar o momento que vivemos, me contou um caso que aconteceu com ele, que ilustra bem o que digo, pois segundo ele, abriu a geladeira de madrugada, quando a luz  acendeu o cabra quase enfartou.
Ficou tão emocionado pensou tratar-se de uma festa surpresa preparada pela turma, dei uma risada, mas confesso que fiquei com vontade de lhe encher de porrada.
O cabra ri do nosso cotidiano, gosto muito disso, sinto que a alma fica mais leve com os casos que ele conta.
Mas o cabra fez uma descrição das festas de final de ano, que começa no Natal até a Ano Novo onde o bicho pega pra valer, sempre vem acompanhadas daquelas discussões sobre a cor da cueca que devemos usar para atrair bons fluídos. 
Confesso que essa besteirada já me cansou, prometo não me preocupar mais com esses infames detalhes, tomei uma decisão, não usarei cueca nesse ano, pois nos anos anteriores caprichei e nada aconteceu.
Consultei cartomantes, adivinhos e macumbeiros em geral, cada um com uma opinião diferente e nada realmente aconteceu, depois de ter seguido à risca todo o ritual receitado pensando em me dar bem.
Radicalizei, agora é tudo ou nada! Não vou mais me preocupar, pensei até em ficar nu na passagem do ano, mas fui aconselhado a não fazê-lo, pois poderia ser preso por atentado ao pudor ao mostrar esse corpo de Adônis da terceira idade.

LARGADAS E ABANDONADAS

Encontrei com meu amigo Caixa Preta, com esse calor de lascar e resolvemos dar uma passada no nosso amado Porcão, o quiosque mais sujo da cidade e reduto dos endividados, pois ainda é o único que aceita pendurar a conta apesar da crise reinante.
Basta ter um pouco de paciência para aguentar os carinhosos coices do Galak com seu eterno mau humor, ainda acho que vale a pena apesar dos riscos com a saúde, o bom é correr riscos.
Sentados tranquilamente, na mesa aquela famosa Canela de Pedreiro, eu olhava para um gato que tranquilamente roía um salgado que logo seria servido aos fregueses, depois acabei descobrindo que o tal gato era uma ratazana frequentadora assídua do quiosque, quis sair correndo mas o velho Caixa me segurou.
Entusiasmado e irritado com o que acontece na cidade o velho Caixa sentou a ripa, muita coisa acontecendo, algumas até hilárias, como o que ele diz ter acontecido  na última Rua de Lazer.
O locutor pra animar a galera entusiasmado gritou: Agora o mangueiraço dos bombeiros!! Foi um Deus nos acuda, uma véia beata que estava ao meu lado caiu desmaiada, vi alguns distraídos querendo desafivelar o cinto, acho melhor explicar direito da próxima vez. 

TIJOLADAS

Final de ano, eu aqui imaginando por onde anda o meu amigo Caixa Preta, estava meio preocupado com o sumiço do cabra, com certeza estava em busca de novidades pra me contar.
Resolvi telefonar, estava querendo jogar conversa fora, nada melhor do que o Porcão bebendo aquela cerva pra lá de gelada, onde o Galak com seus carinhosos coices nos serve com aquela vontade de nos matar.
O velho Caixa de repente apareceu todo sorridente, depois de alguns xingamentos, sentou e resolveu contar o que andava fazendo e qual não foi a minha surpresa, quando ele falou que estava lendo a bíblia.
Até estranhei com a conversa dele, pois sei que ele é meio avesso a assuntos religiosos,  o velho coração ateu não é chegado a certos assuntos, principalmente quando o assunto é religião.
Ele estava curioso pra saber quando JC o eterno guerrilheiro vai dar uma chegada aqui no Guará, onde habitam os anjos, candidatos a santos, um verdadeiro nirvana, onde o único pecador por essas bandas é o próprio Caixa.
Mandou logo umas tijoladas, dizendo que não foi por falta de aviso, mas o Guará hoje já começa a sentir os efeitos do desmonte. 

2023 - NÃO DEIXARÁ SAUDADES

Tentei me concentrar, ainda de ressaca das festas de final de ano, fiquei esperando a inspiração dar o ar da graça, o Caixa Preta já me telefonou umas dez vezes.
Não atendi, queria me concentrar no artigo que estava escrevendo sobre o ano que passou e não deixou saudades, apenas um gosto amargo de decepção.
Então vou aproveitar a pergunta de um amigo como foi 2023, respondi que teve uma porrada de semanas, doze meses e quase nada de novidade, pelo menos alguma que fosse digna de citação.
Muitos dirão que talvez que esteja ficando louco, mas vamos analisar friamente o ano que passou, sem arroubos ou paixões.
Reelegemos um Governador, que já tinha provado com seus arroubos de imperador, que a incompetência estava bem representada.
Uma CLDF, que até hoje os atuais ocupantes não disseram a que veio, mas se você souber de algo por favor me diga algo de bom que daí saiu.

O CLIMA NATALINO E SUAS VARIAÇÕES

Lá no Porcão com o meu amigo Caixa Preta tomando uma gelada, ele resolveu começar com os relatos pitorescos, coisa que me acalma e fazem rir.
Segundo o cabra, ele tem um amigo de trabalho, que quando o encontra ele abre uma lista de ex - companheiros que já bateram as botinas, um verdadeiro obituário ambulante.
Outro dia ao se encontrarem foi logo falando da morte de dois conhecidos, o Caixa meio cabreiro e gozador falou pra ele não comemorar enquanto não tivesse certeza.
Dito e feito, dei de cara com dois falecidos, segundo ele, lá no supermercado, fiquei sem palavras até pra cumprimentar os cabras.
Mas agora com a chegada de Dezembro, o Natal se aproximando, aquele clima de falsidade, todo mundo já fazendo lista de presentes, cartões, lista de compras para a ceia, preparando aquela cara de arrependido pelas sacanagens e lambanças praticadas, numa santidade de deixar o Papa com vontade de melhorar, tanta doçura que parece o café feito pela sogra, não dá pra encarar, mas enfim chegamos até aqui e isso é que está valendo.

ESTRANHAS CONCESSÕES

Conversando com o Caixa Preta lá no Porcão que vive tirando um sarro dos fatos cotidianos, sempre com uma maluquice engatilhada, muito bom ouvir e espairecer, até o calor parece dar uma aliviada, esqueço até que estou liso.
Tomara que o Galak aceite pendurar a conta, o velho Caixa fica provocando o animal, estou tentando diplomaticamente resolver na paz.
Apesar do assunto já estar pra lá de manjado, os fatos nos obrigam a questionar a coisa, que cheira a mais um absurdo implantado por aqui, sempre visando o bem dos chegados, mas o contribuinte paga e ainda mostra os dentes como animal de estimação.
Está me parecendo que a Terracap sedenta por grana, sem ter o que fazer resolveu lotear todo espaço público, aquele que em cidades decentes reservam para uso público, mas aqui no Guará parece não existir, as aberrações começam a aparecer.
Pasmem os senhores, que agora estão fazendo as tais concessões acabando com as áreas de lazer da população. 
Preocupando-se unicamente em oferecer mimos para os gananciosos amigos do rei, que pouco estão preocupados com a população, que para esses iluminados não passam de detalhes.
Só espero que com essas ações danosas pra população, faça com  que a população saia desse marasmo e deixe de aceitar essas sacanagens como normal, as tais calamidades que teimam em empurrar goela abaixo do contribuinte.

SIMPLESMENTE ESPERANÇA

Será a esperança um estado de espírito ou apenas uma dimensão onde nossa alma não depende de observar o que se passa no mundo com suas loucuras atuais, onde muito idiota na terrinha reza até pra pneus.
Nada de tentar adivinhar o futuro, isso é mais uma bobagem surgida pra distrair os otários com coisas sem pé nem cabeça, pois a maioria dos videntes não consegue visualizar nem os números de sorteios, vivem na merda, propagando um monte de bobagens como se não vivessem na terra.
Acham-se procuradores do destino sem observar que o mundo é movido simplesmente pela  esperança que existe dentro de nós.
Esperança que transcende a essas bobagens do cotidiano, talvez seja um alento para investir em coisas que nos levem ao sucesso, não o sucesso garantido como o que idealizamos, apenas a certeza que estamos fazendo o possível sem considerar como terminará, o que esperamos ser um sucesso.