Parece que as eleições serão na próxima semana pois observa-se intensa movimentação nos bastidores, as redes sociais estão abarrotadas de informações sobre prováveis candidatos em 2026.
Quando vejo os virtuais candidatos ao GDF, fico mais arrepiado do que gato quando vê água, as figuras que se propõem cuidar do DF não me deixam nada animado com o nosso futuro, que continua sombrio.
A maioria é formada por velhos conhecidos, que já passaram por aqui em outros tempos e em nada contribuíram para a melhoria da nossa vida e do Distrito Federal.
O que me deixa mais cabreiro são as promessas, pois sempre cheios de magia e encanto, ficam alardeando os milagres que farão (tudo na maior cara de pau), como se eles fossem a última chance de salvação da terra.
Quando falam em meio ambiente por aqui, chovem ambientalistas, todas as espécies de defensores da natureza, mas até agora não vi pronunciamento de nenhum a respeito desse assunto, que acredito seja de suma importância para a cidade.
Os dois parques internos do Guará, o Parque Dener e o Parque dos Eucaliptos, agora passaram a ser de responsabilidade da Administração do Guará que iría cuidar da manutenção e conservação dos mesmos, mas até agora não se vê qualquer movimentação que indique uma ação nesse sentido.
Pois quem conhece os dois parques, sabem que estão bastante degradados e praticamente abandonados, talvez não se encontrem em pior situação, graças a alguns moradores da vizinhança que cuidam para que não sejam extintos.
A pior situação é o Parque dos Eucaliptos, onde tem um salão comunitário e hoje sofre com invasões das mais diversas, o que é lamentável, pois até uma mina onde a água jorrava sem parar que tinha por ali, foi destruída.
Mas estranhamente depara-se com mais um delírio, depois de passado algum tempo lembramos aos moradores que o Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará, que estranhamente foi prometido aos moradores durante a campanha eleitoral como área de lazer para a região do Park Sul.
Lá no Porcão, sentados longe da muvuca eu e o Caixa Preta conversávamos sobre os problemas do Guará, pois problemas temos de montão.
O Caixa resolveu começar pela dengue que não dá trégua, quase todo mundo já teve ou acha que terá.
Estava estranhando o exército ter sido chamado para ajudar no combate ao mosquito da dengue, que não cansa de fazer vítimas no DF.
Pois se o mosquito ainda é larva, está dentro d’água, a responsabilidade pelo combate devia ser da marinha, mas quando começasse a voar teria que ser da aeronáutica, quase morro de rir com a observação.
O calor nos castigava, o cabra continuava nas suas observações, falou da aproximação da Semana Santa, onde a turma enche as igrejas pedindo perdão pelo que aprontou no Carnaval.
Na Semana Santa nem vou falar muito pois estou mais quebrado que arroz de terceira, acho que nem sardinha vai pintar na Sexta Feira da Paixão, a coisa tá complicada.
Com a proximidade da Pascoa, muitas lojas está colocando o mostruário de ovos de chocolate, dei uma conferida nos preços, levei um susto.
Acho que os ovos de Páscoa serão bentos pelo Papa, o chocolate é suíço tenho certeza, a Semana Santa nem vou falar pois estou mais quebrado que arroz de terceira.
Meu grande amigo Caixa Preta já me disse que devido a grande escassez de grana, ele passou a odiar pedinte. Fiquei curioso, pois o velho Caixa apesar de ranzinza é um cabra de bom coração.
Estou frente ao computador, inspiração batendo em zero, mas fico a divagar, ali tela no olho, parece meio estranho, o jogo é bruto, você faz tudo que ele manda, tudo sempre no modo dele.
Faça tudo ao modo dele, senão ele não aceita, lhe ignora, simplesmente lhe ignora, se apenas ignorasse ainda seria suportável.
Ele responde, repreende, corrige, uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos digitais, tudo bem é um vexame privado.
Vou parar de ficar pensando essas coisas, não estou enlouquecendo, apenas entediado por me tornar um escravo do meu computador.
Melhor ligar para o Caixa Preta, ouvir algumas loucuras talvez me faça melhorar, talvez o clima do Porcão desperte a minha mente.
Lá no Porcão o velho Caixa já me esperava com as novidades, o Galak rosnava ao nosso lado, com aquela catinga de banheiro da feira, dava gosto sentir esse aroma de perfume francês estragado.
O cabra foi logo contando o que tem lido nos grupos de What’sApp, onde notou a grande quantidade de ambientalistas, bichos grilos, curiosos, adeptos da meditação transcendental, curiosos e fãs da natureza em geral. O cabra disse que a quantidade de deputados, distritais, senadores, suplentes, lideranças de araque, estudiosos, ambientalistas tão sensíveis com os problemas do Parque do Guará, todos se rasgando despudoradamente pelo parque e toda a área do CAVE.
Aqui no reino de Tão, Tão Distante tudo parece fazer parte de um tremendo conto de fadas, onde o Príncipe cercado pelo Conselheiro Real, a Bruxa, o Moleque Saci e os bobos da corte, todos dando pitacos para o nobre príncipe, esse sempre sorridente a tirar fotos para enfeitar o álbum do reino, mas sem apresentar efetivos resultados para melhorar o povoado em que vivemos.
Com isso o reino está cada vez mais esburacado, sujo e inseguro, onde os aldeões perplexos não sabem o que fazer, só resta esperar que alguém um dia desperte dessa passividade e diga que o príncipe está nu.
Pois a roupa nova do rei é apenas uma parábola para mostrar que por trás dessa fantasia, existe apenas o fruto da nossa mente acomodada, sempre com ar de conformação para não ferir o “status quo”. A realidade é dolorosa, ou como dizem por aí, o buraco é muito mais embaixo.
Não sei porque cargas d’água fui lembrar de um caso que o Caixa Preta me contou lá no Porcão, enquanto bebíamos nossa gelada, mostra claramente o nível de cretinice humana que as pessoas podem chegar em determinados momentos.
O velho Caixa me contou e eu demorei a acreditar, era humor negro puro, achei até interessante, diz ele que um cabra metido a rico que morava por aqui, de vez em quando dava uma volta no Guará para mostrar o carro novo ou contar vantagens.
Outro dia sem ter o que fazer resolveu tirar um sarro com alguém, uma zoação como dizem por aí, aproveitando para mostrar o carrão adquirido recentemente.
Passou por uma praça lentamente para ser notado, quando viu dois moradores de rua comendo grama com ar de satisfação, talvez querendo tornar a coisa menos traumática.