Passeando pela cidade, lá no semáforo recebi um exemplar de um jornal que estavam distribuindo, parecia ser uma cópia melhorada do The New York Times, era o JORNAL DO GUARÁ.
Comecei a ler despreocupadamente quando me deparei com uma coluna, fiquei maravilhado, achei que aquilo não fosse possível, só podia ser magia.
Que obra - prima, nem os grandes pensadores, escritores e outros ores, talvez não tivessem tanta verve para escrever com tanta desenvoltura.
Que primor, não me contive, procurei o nome de quem escrevia aqueles textos, que na minha opinião, de cara, talvez estivesse concorrendo ao Nobel de Literatura, qual não foi minha surpresa ao descobrir o nome desse grande artista: Gurgel.
Não me contive, dei um abraço em mim mesmo e me convidei para tomar uma gelada lá no Porcão.
PS: Com toda humildade estou escrevendo isso para que vocês leiam minha coluna no Jornal do Guará e acessem meu Blog : CAIXA PRETA - O GUERRILHEIRO DO CERRADO.
Quando vamos criar vergonha pra mudar, pois o tempo continua passando e nada muda, embora hoje talvez tenhamos a verdadeira dimensão dos desmandos e falta de vergonha dessa turma encastelada no poder que, volta e meia, passam na maior desfaçatez do mundo sua falta de compromisso com o país enquanto a população trabalha tentando manter a duras penas essa República de Bananas funcionando.
Basta ver as entrevistas dadas por esse imbecil negacionista, que não possui o menor traço de caráter ou mesmo condições morais de presidir a Câmara dos Deputados, quando o país mais carece de trabalho sério pra colocar a bagaça em ordem.
A não ser que o imbecil político sofra de amnésia seletiva, é isso que todos nós temos lido e visto, estarrecidos.
Lá no Porcão conversando com meu amigo Caixa Preta, do nada ele resolveu filosofar e soltou essa de sacanagem : - Velho Gruja, acabei de chegar a seguinte conclusão, tem muita gente que nunca morreu está morrendo.
Dei até uma risada com o óbvio ulululante, ele ficou sério,e continuou estava meio exaltado,parecia preocupado pois a dureza já tinha chegado ao seu bolso e parecia que tão cedo não iria abandoná-lo,falava da crise braba que estava atacando sem dó nem piedade o pessoal,todo mundo duro, mais liso que mussum ensebado.
Mas o velho Caixa já está bolando um plano meio mirabolante para enfrentar os tempos de dureza que se aproximam, que pelo jeito não vai deixar ninguém escapar.
Uma das ideias malucas do cabra para economizar tênis já em fase de implantação, o famoso rodízio de pé.
Segundas, Quartas e Sextas usa o pé direito, já nas Terças, Quintas e Sábados o esquerdo é o pé da vez, no Domingo fica em casa deitado para não gastar nem chinelo, com isso espera fazer uma grande economia, além de vender a ideia para outros duros.
Tive que admitir que o Caixa Preta é um cara muito criativo, ri muito , até concordei com ele talvez eu já faça adesão ao plano do maluco.
Estou evitando olhar pro calendário, já estamos quase no final do mês de Janeiro e a única coisa que já acabou foi a grana e a minha paciência.
O Ano promete, mas como quem vive de sonho é o dono da padaria, vou cair na real e tentar adivinhar o que poderá acontecer agora nesse ano iniciado, que pelo visto promete, mas, como muitos políticos, não cumpre.
Então para sintetizar confirmando tudo que imaginei, resolvi dar um rolê pelo Guará, confesso que não me amarrei em nada no pouco ou nada que vi.
Sempre digo pouco para não dizer nada, continuo aguardando as melhoras que enchem as redes sociais, onde um monte de vaquinhas de presépio tentam empurrar pra população as mentiras de sempre, quem for trouxa que acredite nesse conto de fadas às avessas.
Falei pro Caixa Preta que no Guará temos apenas uma parada de concreto, as outras são mais modernas.
Olha que estou apenas citando as paradas de ônibus que já estão há muito abandonadas, algumas já em fase de extinção, me parece que agora receberam novos vidros, que substituíram os que foram depredados por desocupados e vândalos .Inclusive algumas já voltaram a sofrer a sanha destruidora desses imbecis que campeiam por aqui.
Basta dar uma olhada que se sente de cara o sabor do descaso com esse importante aparato, para a vida de quem enfrenta no dia a dia o tão precário sistema de transporte público, notadamente o popular buzão.
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Sentado na frente do computador, estou tentando escrever alguma coisa, mas essa sensação térmica dos quintos dos infernos não me deixa raciocinar.
Como estamos em plena era da Imbecilidade Absoluta - IA, os aprendizes de feiticeiro começaram a bolar mais um dos planos mirabolantes, que com toda certeza jamais sairá do papel.
Por falta de projetos esse governo resolveu desenterrar algumas das ideias de jerico da turma, agora a bola da vez é a famigerada Transpequi que é apresentada como a solução de mobilidade entre o entorno e o DF.
O primeiro projeto foi suspenso por suspeita de superfaturamento, hoje ao custo talvez de algumas dezenas de bilhões, está despertando o interesse de construtores e políticos para talvez garantir um futuro promissor a todos.
Essa obra, deve ser mesmo uma obra, pois de longe já fede pra cacete, deve se arrastar ao longo de décadas, igual a tantas outras bombas, basta prestar atenção e terão ideia do tamanho de mais essa armação.
Todo governo tem ideias próprias para lascar a população, esse tem se superado nesse quesito, o dinheiro simplesmente é jogado no ralo e nada de conclusão, mas pra que se preocupar? Tudo sairá do nosso suado dinheirinho.
Sinto que com o aumento da IA - Inteligência Artificial a IH - Inteligência Humana tem diminuído em todos níveis, isso é preocupante.
Vemos que no convívio diário topamos com cada humano que parece ser um erro da natureza, onde o maior erro é da igreja, que batiza, validando essa turma que vive a repetir mantras criados por outros idiotas.
Com a chegado do Caixa Preta, tive que interromper meus pensamentos e ficar de olho nas conversas do cabra.
O velho Caixa não deixa nada passar em branco, quando me encontro com ele sei que vou ouvir casos que costumam acontecer por aqui, me preparo para ouvir as novidades que ele sempre tem para contar e me divertem muito, passo para minhas crônicas imediatamente pois são fatos divertidos, desses que acabam com o mau humor de qualquer um, basta conversar com os leitores da coluna.
Para minha surpresa ele resolveu falar dos cachorros, seus donos que passeiam pelas quadras do nosso Guará, muitos deles deixando a marca de suas passagens estampadas aos montes em calçadas e gramados, onde brincam crianças ou trafegam pessoas.
Tudo isso que vai desde o minúsculo Chihuahua até o imenso São Bernardo, todos eles para encher o saco e dar vexames no calçadão.
Sei que muitos leitores ficarão meio indignados com essas histórias achando que o velho Caixa é contra os cães(o melhor amigo do homem),muita calma, ele até que gosta, mas não suporta a falta de educação dos donos que teimam em levar seus amados totós para passear sem os devidos cuidados com a limpeza.
Ano novo, eu e o Caixa Preta resolvemos dar uma volta na cidade, tudo meio paradão, mas ótimo pra circular sem ser incomodados enquanto fazemos as nossas avaliações sobre o que virá de castigo ainda para o Guará.
Paramos no Porcão onde os coices do Galak acabaram com o que restava da ressaca, sentados na nossa mesa favorita com um cerva bem gelada pra começar o ano em grande estilo.
O velho Caixa me chamou a atenção de algumas coisas que estão mais escondidas que orelha de freira, como as eternas ocupações de espaços públicos.
Chegamos a conclusão que no Guará ocupar área pública não é um mau negócio, pois de vez em quando nos deparamos com algum cara de pau na maior tranquilidade fazendo por aqui, sem que nada ou ninguém os perturbem.
Os responsáveis pela fiscalização fazem aquela velha cara de paisagem, já tão conhecida da população, tudo dominado como dizem os manos.
Ocupações irregulares por aqui já é moda, ocupam por ocupar, basta ver o caso daquele quioscão construído na encolha apenas para guardar o espaço, pois até hoje não se sabe como o trambolho será ocupado e nem quem é o feliz proprietário.
Sem inspiração, o calor estava me deixando meio desanimado uma coisa estranha estava acontecendo comigo, a falta de inspiração me atormentava.
Enquanto eu esperava o meu amigo Caixa Preta, estava sentado com uma bem gelada sobre a mesa, apenas observava o que se passava em volta.
O Galak com aquele avental imundo que volta e meia passava na cara para enxugar o suor, só não conseguia se livrar da catinga que exalava daquele corpo balofo, um bando de moscas sempre a lhe acompanhar sem desanimar, parecia que o cabra tinha tomado banho nas chuvas do ano passado, olha que já faz um tempo.
Sadam(uma justa homenagem),o cachorro do Galak se lambia e de vez em quando dava uma rosnada na minha direção para demonstrar o amor que sentia pelas minhas canelas, o calor aumentava, o suor escorria, aquele telhado de zinco era de lascar, o velho Caixa estava demorando, pedi outra gelada.
De repente pintou na área o cabra mais maluco do pedaço, o Caixa Preta, que pelo jeito vinha cheio de novidades para contar, pois o Guará de longe é a cidade que mais casos aparecem para contar ou comentar, sempre aparece coisa nova.
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Com a ressaca toda hora me lembrando que devo tomar algo, preparando o fígado para o final do ano, dei uma chegada no Porcão ,como sempre o Caixa preta estava me esperando.
O Caixa Preta foi quem me contou essa: Dois leões resolveram fugir do Jardim Zoológico ,
Cada um tomou um rumo diferente na hora da fuga, que era pra dificultar a captura, um dos leões resolveu fugir para o Parque do Guará, que ficava mais próximo, o outro um pouco mais esperto fugiu pra Esplanada, apesar da busca incessante, tendo sido mobilizado um verdadeiro exército pra captura dos animais.
Apesar dos esforços, procuraram os leões de todo jeito mas ninguém encontrou, sumiram, como a carne sumiu da nossa mesa.
Cerca de quinze dias passados, o leão que tinha fugido para o Parque do Guará, resolveu voltar, estava só o caco.
Com as costelas á mostra, muito magro, faminto e cansado, precisou até pedir para um deputado amigo, para ser novamente reintegrado ao Jardim Zoológico, pois ninguém queria ou via qualquer vantagem em aceitar um bicho tão maltratado.
Depois de muita discussão o pobre leão foi reconduzido à sua jaula.
Quase um ano depois, quando ninguém mais lembrava do outro leão, o bruto foi recapturado, estava gordo, sadio, vendendo saúde, parecia até um senador.
O final de ano está chegando, muita gente preocupada com o saidão dos presos, mas fico de cabelo em pé com esse Congresso e com o GDF.
Já levei tanta coisa na esportiva, que devo ser um dos maiores atletas nesse país, continuo pasmo com a falta de critérios das autoridades responsáveis pela fiscalização no Guará, dentre as inúmeras irregularidades que topamos pela cidade durante as nossas andanças temos algumas para destacar.
Estão querendo dotar mais uma aberração de estacionamento, tem vaquinha de presépio revirando os olhinhos.
Pra isso querem arrancar árvores e gramado de uma área próxima, para brindar mais um chegado em detrimento da população, como sempre o contribuinte que se lasque.
Basta ver um quiosque encravado na Praça da Cultura em que foi concedido uma licença de banca de jornais, mas foi rapidamente com a ajuda providencial, segundo eles de um sem noção, transformando a destinação pra boteco sem futuro, a não ser perturbar a paz da quadra próxima.
Sem querer acreditar em tanta cretinice, travestida de bondade as avessas fui direto ao Porcão.
O Caixa Preta, lá na mesa do porcão dava umas boas risadas dizendo que tem muita coisa que não mais o surpreende, embora quando o assunto é política muita coisa ainda o deixa embasbacado, os delírios começam a aflorar.
Sempre quando nos preparamos para festejar o final do ano, sempre entram em cena as famosas discussões sobre a cor da cueca ou calcinha devemos usar para que os bons fluídos nos atinjam em cheio.
Nunca dá certo, depois de muito pensar cheguei a conclusão que essa besteirada já cansou, prometo não me preocupar com esses infames detalhes, cansei, vou procurar algo que realmente dê certo.
Depois de muito pensar em algo, resolvi radicalizar, não usarei cueca, a mudança pode parecer muito radical, como nos anos anteriores caprichei, nada aconteceu, resolvi partir pro tudo ou nada.
Meio sem rumo, resolvi consultar videntes, cartomantes, pais de santo, a igreja católica, desesperado cheguei a escrever pro Papa cumprimentando-o pela passagem do ano, aproveitei o ensejo e perguntei sobre o tal costume, cada um com uma opinião diferente sobre o assunto.
Chega, prometo que não vou me apegar, desencanei, prometendo não me apegar a essas besteiras de crendices popular.
Confesso que já pensei até em ficar nu na passagem do ano, mas fui aconselhado a não fazê-lo, pois poderia ser preso por atentado ao pudor ao mostrar esse meu corpo de Adônis da terceira idade.
Cheguei a conclusão que tudo não passa de antigas superstições, que nos passaram através dos tempos, como gostamos de nos apegar a essas crenças, adotamos sem pestanejar, e agora fazem partes das nossas maluquices cotidianas.
Graças a Deus chegamos ao final do ano, muita coisa aconteceu, outras ficaram no meio do caminho, mas a vida seguiu e cá estamos.
O ano que passou, não deixará em muitos nenhuma saudade, a não ser ter sobrevivido até aqui, sempre na esperança que a coisa poderá melhorar.
Como sempre me sinto um pouco cético com o que virá, pois o mundo continua conturbado, aqui o pessoal sempre na luta para aumentar a mediocridade em todos os sentidos, mas vou aguardar o passar do ano pra ver onde poderemos parar, o tempo dirá.
Não, não vou aqui fazer uma confissão de culpa pelos erros que cometi durante o ano passado, nem tampouco prometer não errar durante o próximo ano.
Essas coisas já estão tão manjadas que nem convencem mais, melhor esperar o ano novo chegar, sem promessas, nem arroubos de bondade pois essas coisas para mim sempre soaram como cretinices, só piorando o que foi ruim.