CONFUNDINDO

Ano passado fiquei maravilhado quando dava uma olhada nos grupos de What’sApp da cidade, a quantidade de pioneiros parece que aumenta a cada ano que passado, fiquei sem compreender o milagre, mas em se tratando do Guará tudo é possível.
Os dias passam, parece que o futuro fica mais distante, o aniversário da cidade se aproxima, não se vislumbra nada que nos dê uma injeção de ânimo, pois o velho lobo passa por um grande processo de degradação, causada principalmente pelos que deveriam cuidar melhor do nosso querido Guará.
Quem sabe estão confundindo o nosso símbolo que é o lobo Guará, com uma hiena, um animal pra lá de feio, come fezes, carniça, resto de caça de outros animais, faz sexo uma vez por ano, vive sempre com um sorriso, mostrando que é um retardado do reino animal.
Além do descaso que tomou conta da cidade, nada temos para comemorar, passamos por um verdadeiro bacanal administrativo, onde o que se vê é esse verdadeiro acinte com o contribuinte. 
Temos como exemplo aquela aberração, que veio aumentar a zona que instalou-se no Guará, a famosa obra engendrada pela Sedhu lá na QI-23,com os diversos atos protelatórios, que se arrastam desde de Novembro.

SOSSEGO NEGADO

Olhei para o calendário, lembrei que tenho de pagar as contas, que estão aumentado de valores numa velocidade assustadora, pelo jeito a coisa está sem controle.
Ano de eleições e copa do mundo, nada podia ser pior que essa junção maligna de acontecimentos para aumentar o nosso inferno astral, parece até castigo.
Minha cabeça começava a entrar em parafuso, desliguei imediatamente o computador, sai a procura do meu amigo Caixa Preta, precisava espairecer, saber das novidades, minhas pernas me levaram até o Porcão.
Lá dei de cara com o cabra que já me esperava com uma cerva bem gelada, discutindo com o carinhoso e gentil Galak, um verdadeiro animal no trato com a freguesia. 
Só estava querendo espairecer, mas as novidades contadas pelo velho Caixa, me trouxeram de volta a realidade cruel do nosso querido Guará.
Ele me chamava a atenção para a infestação de botecos, distribuidoras e trailers espalhados na cidade, principalmente ali pras bandas do Polo de Modas, parece uma praga que está aumentando numa proporção assustadora tornando os finais de semana no Guará um verdadeiro inferno na terra.
O Caixa Preta sempre atento também reclama que alguns que eram até discretos, mesmos ilegais mantinham uma postura até boa em relação à perturbação da clientela  aos moradores que apenas querem um pouco de sossego nos finais de semana, que por aqui costumam começar nas quintas - feira.

AMOR,AMOR

Brasília, sua linda!
Quando aqui cheguei, você ainda era uma pré adolescente, estava despontando mas já apresentava esse porte de rainha, hoje completando 62 anos já é uma balzaquiana de respeito, apesar desse jeito largadão, com ares de abandonada, continua resistindo, de cabeça erguida vai levando, ainda com toda a sua majestade embelezando o Planalto Central. 
Muita coisa rola por aqui, trazida dos diversos rincões dessa grande nação por forasteiros que todos os dias chegam, trazendo o que é bom e ruim, nem é bom falar para não começar a chorar, mas talvez hoje por isso temos pouco a orgulharmos - nos, a não ser a nossa luta diária para que essa estrela volte a brilhar com mais intensidade.
Hoje esse é o triste retrato daquela que já foi a “Capital da Esperança”,uma cidade ainda bela, que já foi rica, mas passa por um grande processo de degradação.
Quem a ama fica nostálgico e triste de um passado não muito distante, onde o orgulho maior era esse cartão-postal de pura beleza, encaixado no meio do cerrado.

ARREIOS

Eu gostaria muito de ter errado nas minhas previsões sobre aquela obra na QI-23,cheguei quase a acreditar durante as audiências com o tal secretário, que talvez ele não fosse tão falso e sem o mínimo de respeito à população do Guará.
Muito educado, parecia um monge tibetano pregando, aos parvos e idiotas contribuintes, eu até já tinha esquecido que quando você quer montar um cavalo meio xucro, temos que falar mansamente, concordar com as desconfianças do animal para então colocar os arreios e montar.
Foi isso que aconteceu com aquela fala protelatória, cheia de enganação, doce que matava diabético à distância, a coisa continua sem solução, voltamos a estaca zero, muita falação e nenhuma solução, de uma coisa que começou errada, continua errada, mas o GDF não reconhece, nem tem grandeza para tal.
Tenho certeza que os trapalhões do governo não têm o mínimo de capacidade, visão e vontade de recuar de uma coisa que em nada agrada ao contribuinte, a coisa continua fedendo à distância, pois os verdadeiros interesses são outros, nada que traga realmente melhoras para o Guará.
O desgaste tem sido grande, continuam empurrando com a barriga, querem vencer a população pelo cansaço, enfiando goela abaixo essa aberração, estão redondamente enganados.

PÁSCOA,COELHOS E OVOS

Um calor de lascar, bebendo muita água, o suor escorrendo, estou tentando me concentrar pra escrever o meu artigo para o jornal, o calendário mostra que estamos na semana santa, talvez por isso o Caixa Preta tenha sumido.
Leio com tristeza que mataram Henry Borel novamente, ao libertar a mãe, pra mim a maior culpada pela morte da pobre criança, colocando nela uma tornozeleira eletrônica, os noticiários de TV mostraram a criminosa rindo por voltar a viver em liberdade, matando assim mais uma vez um inocente.
O telefone toca, o velho Caixa na linha, ficamos de nos encontrar lá no Porcão, onde podíamos pecar tomando uma deliciosa cerva bem gelada, ouvindo as reclamações do Galak.
Mas o assunto que o velho Caixa queria falar era da Páscoa, apesar de não ser muito religioso, o cabra sempre tem uma observação a fazer sobre a data.
No boteco nos deparamos com uma turma muito animada, já no clima, esquentando os fígados.
Pra animar o ambiente, a turma do Exaltacana botava pra quebrar, uma verdadeira salada musical, todo mundo dentro do ritmo dava gosto ouvir uma banda tão eclética, para se ter uma ideia enquanto uns tocavam música da Legião Urbana, outros atacavam um ritmo desconhecido que provavelmente será lançado no próximo século. 
Mas falemos da Páscoa, o povo sempre foi muito hábil ao incorporar hábitos seculares aos seus rituais religiosos. 

ESPAIRECENDO

Essa frente fria que está vindo lá das bandas do Piauí já está me deixando incomodado, durmo mal, já pensei até em dormir dentro da geladeira mas não consegui me acomodar. Acordo irritado, acabo de tomar banho, vou tomar o café o suor começa a escorrer, parece que estou no meio do deserto e não encontro um oásis, nem na sombra melhora, o suor escorre.
Saio igual a um zumbi procurando pelo Caixa Preta, quem sabe ele não acha uma solução para aplacar esse calor infernal, parece que adivinhando o meu pensamento, o velho Caixa surge de repente, com ele um convite para aplacar a sede lá no Porcão, não poderia ser diferente.
O Galak o nosso garçom preferido já nos esperava como sempre com aquela alegria de fazer inveja a velório, com a faca na mão, estava tranquilamente tirando a sujeira debaixo da unha do dedão do pé, onde parecia ter uma unha encravada.
Com aquele jeito meigo de ser veio ao nosso encontro, resmungando e xingando para demonstrar a satisfação em nos ver.
Fiquei tão alegre que quase saio correndo dali, só não corri porque estava cansado, tinha dormido mal estava muito suado e o sol lá fora não era muito convidativo.
Pedimos a nossa cerveja, fomos sentar próximo da porta, caso surgisse qualquer problema, ficaria fácil da gente sair correndo.
O velho Caixa resolveu falar da última reunião sobre aquela obra lá na QI-23 do Guará II, uma obra que chama a tenção pela inutilidade, para os moradores da região.
A coisa está cheia de mistério, mas fede a alguns kms de distância, coisa que se tornou comum nesse governo, nada que realmente venha a melhorar a cidade.

MISTURA ESQUISITA

Um calor de lascar, bate uma falta de ânimo até pra ir ao boteco tomar uma gelada, mas assim mesmo fui ao encontro do Caixa Preta, pois o meu amigo tinha alguma coisa pra me contar, parecia ser algo grave, quando o encontrei o cabra estava mais sério que cachorro vira- lata na frente da máquina de assar frango.
Chegamos lá no Porcão, depois da costumeira troca de xingamentos entre o Caixa e o Galak, o nosso gentil garçom que suava muito e enxugava o suor no avental sem muita cerimônia, tudo voltou ao normal, o estômago chegou a revirar mas me mantive firme, queria apenas tomar uma gelada. 
O velho Caixa me falou de Dubai ou Guaralândia, essa mistura mal feita de Guará com Disneylândia, onde um verdadeiro mundo de fantasia, criado por alguma mente doentia veio povoar o nosso imaginário, fazendo com que as grandes mazelas de nossa cidade pareçam fruto de nossa imaginação.
Mas a dura realidade bate na nossa cara, como um tapa tenta nos acordar desse marasmo que durante muito tempo dominou a população, que agora parece querer tomar de vez as rédeas do comando, onde pouco ou nada tivemos de investimentos na infraestrutura que a muito merece um pouco de atenção de quem vive fazendo juras de amor, mais falsas que nota de três reais.

ESTRANHO MUNDO

As coisas que estão acontecendo no mundo me deixa muito preocupado, ao contrário de muitos que acham normal o caso mais que escabroso do mendigo lá em Planaltina, deputado escondido dentro de gabinete com medo da tornozeleira, também curtem o tapa que um ator deu em outro na frente do público que assistia a entrega do Oscar.
Uma cerimonia transmitida para o mundo todo, no início me pareceu uma coisa encenada e já ensaiada nos bastidores, apesar da cretinice da piada, a reação foi um pouco exagerada, mas isso é coisa de cinema, eles que resolvam por lá mesmo.
A minha preocupação são os últimos acontecimentos aqui no Guará, com a turma do GDF querendo aplicar mais um balão nas costas da comunidade, com a malfadada construção de uma obra que veio infernizar a vida da nossa pacata cidade. 
Passaram a semana toda dando uns retoques na coisa, quem sabe com uma boa guaribada não enganam os trouxas, assim que se referem aos contribuintes moradores do Guará.
Mas continua mostrando toda sua inutilidade, já nota-se a movimentação da turma que adora uma mídia, estão inquietos pois em época de eleição fazem das tripas coração em busca da boquinha, pois a coisa não está fácil.