São cinco décadas passadas, muitos podem achar pouco, mas uma longa estrada foi percorrida com muitas lutas, amores e desamores.
Muitos amigos contam em tom de brincadeira, mas a coisa era séria, lembram que houve um tempo que não arranjavam namoradas de outras cidades se falassem que moravam na Ceilândia, então mesmo a contragosto diziam morar em outras regiões, hoje isso é passado.
As rugas da Ceilândia são os sinais de envelhecimento precoce, sinal de muitos desmandos praticados por alguns, mas nem por isso menos amada.
Uma cidade que até pouco tempo tinha aqueles ares largadão das cidades interioranas espalhadas pelo país afora.
Essa cidade que apesar de tudo, sempre através do amor de seus moradores raiz, com o espírito de grande metrópole, coisa que pode ser facilmente através do seu comércio pujante, cultura e de luta de seus habitantes.
Final de semana o destino é a feira da Ceilândia para comprar temperos, comer uma buchada, comer um pastel, raizadas, tomar uma gelada ou alguma coisa diferente que sempre terminam nas comidas típicas, dos muitos restaurantes por ali espalhados.
O que mais dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma.
Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho...
Existe, no nada, essa ilusão de plenitude, que faz parar a vida e
anoitecer as vozes. (Mia Couto, Vozes Anoitecidas)
O ser humano sempre se preocupou com o tempo. Creio que a grande
interrogação existencial da humanidade sempre foi: O tempo passa ou
somos nós, e todas as coisas, que passamos? E tudo passa ao longo do
tempo - que passa? - como se existisse uma coisa chamada tempo.
Talvez se deva ao efeito do nascimento, crescimento, envelhecimento e
morte, bem como da sensação de o tempo passando quando comparado ao
equivalente do nascimento e morte do sol, tornando bem nítida a sensação
de dias passando. Ou seja, o sol ensandecido pela beleza da lua fica
correndo atrás dela sem parar, sem alcançar e sem descansar, e o ser
humano tem esta bela convenção de dias e noites passando.
Quando o sol ilumina o lugar onde estamos, temos a sensação de que
nasce mais um dia luminoso, e, quando sol se vai, dando a sensação de
que o dia morreu, a lua aparece porque ainda continua recebendo a luz
do sol. E isto acontece ininterruptamente, não importa a nossa percepção
de que, como dizia o poeta "É preciso amar as pessoas / Como se não
houvesse amanhã / Por que se você parar pra pensar / Na verdade não há".
Conversando com o Caixa Preta chegamos a conclusão que hoje no Guará, ocupar área pública até que não é um mal negócio.
Quem conhece o Guará sabe do que falamos, pois de vez em quando nos deparamos com algum cara de pau na maior tranquilidade fazendo isso por aqui sem que nada ou nenhum órgão responsável pela fiscalização apareça.
Sendo assim a turma dos malfeitos nada de braçada, tudo tranquilo sem que ninguém os perturbe.
Os responsáveis pela fiscalização fazem aquela velha e manjada cara de paisagem, já tão conhecida da população, tudo dominado como dizem os manos.
Ocupar sem dar a miníma pra nada por aqui já é moda, como exemplo temos o Quioscão Divino, pois até hoje não se viu qualquer providência pra mais esse descalabro que chama a atenção aqui na orla do Guará.
Diz a Administração que está tomando providências, mas parece que o carro da fiscalização caiu dentro de uma das diversas crateras espalhadas pela cidade.
Dizem que o DF Legal até já aplicou multa, notificou, tem processo demolitório, mas nada adiantou, continua lá firme e forte.
Aqui é terra de ninguém, pois as leis aqui não são cumpridas, parecendo até que o Guará é um território independente.
A população precisa saber quem dentro dessa Administração está liberando ou a mando de quem essas mazelas estão aparecendo cada vez com maior frequência na cidade, uma farra pra ninguém botar defeito.
Nada aparece do nada, misteriosamente ninguém sabe, ninguém viu, pois essas coisas têm nome e endereço, basta procurar com jeitinho que encontrarão, pois está passando da hora de pôr um fim nisso.
Quando as vezes digo que parece que estou em Dubai ao me referir ao Guará, o Secretário de Mobilidade resolveu implantar no DF o programa: Dubai é aqui !
Agora no auge de uma crise na saúde sem precedentes no DF, tem que se ouvir mais uma grande asneira desses incapacitados que ocupam cargos no governo.
Que qual barata tonta, ficam batendo cabeça para encobrir a sua real incapacidade de agir diante dos fatos e situações que aparecem no DF.
Pede que o povo evite transporte público, passando a utilizarem os seus veículos particulares para os seus deslocamentos diários, que é outra grande piada de mal gosto, pois os usuários sabem que em matéria de mobilidade urbana o DF é uma verdadeira calamidade nesse quesito, além da saúde é claro.
Um verdadeiro show de incompetência, mostrando um total desconhecimento da nossa população, formada em sua grande maioria por prestadores de serviços, ou seja, os famosos terceirizados.
Esquece ele, no seu delírio que as pessoas que utilizam o transporte público não o faz por prazer, mas por real necessidade, pois ninguém em sã consciência está disposto a usar graciosamente o sistema público de transporte do DF.
Que na minha opinião, talvez seja um dos piores do país, mas nunca tentaram ou tenham pensado em melhorar, pois a maioria dos usuários vem da periferia sofrendo dentro de ônibus lotados.
Os descalabros no Guará continuam, pois segundo o meu amigo Caixa Preta infelizmente, já é uma rotina por aqui graças a nossa inércia e acomodação com as coisas que acontecem por aqui, graças a isso, temos de reconhecer, somos conivente com o que temos hoje no Guará.
Tudo na base da enrolação, muita falação e pouca ou nenhuma ação, pois leis aqui não costumam ser cumpridas.
Aqui o ideal segundo os pseudos donos ou padrinhos é levar na conversa, sempre recheadas de fantasiosas mentiras, o importante é atender o maior número de chegados sem mexer nos descalabros já implantados, fazendo uma vergonhosa adaptação para manter as aberrações, que não são poucas.
Como exemplo maior o que temos hoje é essa vergonhosa e imoral PPP do Cave, que foi devidamente transformada em uma concessão pública para facilitar a vida dos amigos do rei, mesmo causando prejuízos irreparáveis ao patrimônio público e a toda população do Guará, que como sempre sofre mais esse duro golpe, um verdadeiro achincalhe.
Estão deixando os espaços públicos da cidade serem destruídos para justificarem essa armação danosa, a população não passa de um mero detalhe na visão dessa turma.
No meio do caminho da minha costumeira volta pelo Guará encontrei o meu amigo Caixa Preta, que como eu estava evitando entrar nos grupos de What’sApp da cidade.
O motivo era a quantidade do aumento dos indefectíveis puxas sacos e adoradores de políticos inúteis, prontos para defenderem muitas vezes o indefensável, como sempre as mentiras ou trapalhadas do seu político de estimação.
A coisa tá feia, nada de discutir o momento por qual passamos com essa maldita pandemia, com os problemas da nossa cidade sempre aumentando.
É incrível ver como os pseudos donos da cidade estão aproveitando esse momento, onde as nossas preocupações maiores são a saúde nossa e dos nossos, mas sorrateiramente agem, tentando de qualquer maneira manter o poder ou mesmo aquela boquinha tão generosa.
Hoje o Guará passa por uma total degradação, o desrespeito a leis e regulamentos é gritante, todos os responsáveis continuam fazendo a ridícula cara de paisagem, com o cínico sorriso estampado.
Chega doer, quem mora no Guará hoje sente que as coisas por aqui estão à beira a beira do caos, com o abandono intencional de não querer fazer o que é correto,é um verdadeiro Deus nos acuda.
Uma verdadeira invasão de quiosques, construções irregulares, ruas esburacadas sem que nada se faça para minorar a situação, que hoje mata o Guará que tanto amamos.
Quando escutam as nossas reclamações fazem biquinho de contrariedade, vem logo aquele velho papo que só sabemos reclamar.
Então por que não fazem algo que realmente mereça um elogio? Será que é tão difícil ou a incompetência não deixa? Chega de remendos!
Hoje talvez tenhamos a verdadeira dimensão dos desmandos e falta de vergonha dessa casta hoje encastelada no poder que, volta e meia, passa na maior desfaçatez do mundo sua falta de compromisso com a nação, enquanto a população trabalha tentando manter a duras penas essa República de Bananas funcionando.
Agora me aparece esse vergonhoso congresso querendo mudar a toque de caixa a constituição, apenas para salvar o rabo dessa turma que sob o manto da impunidade e falta de vergonha cometem todo o tipo de crime, dizendo que estão defendendo o povo.
Mas na verdade, o que querem apenas é livrar o próprio rabo, enquanto o contribuinte é mais uma vez achincalhado por parte dessa turma que diz nos representar.
O povo tem que acordar, prestando mais atenção no que aprontam os seus representantes, exigindo que trabalhem em prol da nação, não agindo contrário a eles enquanto tem sua atenção desviada para assuntos, que não o bem - estar de todos, que seria a preocupação maior.
Ao povo cabe apenas aceitar e aplaudir os descalabros desse bando de inúteis, sustentados a peso de ouro e com muito sacrifício pela classe trabalhadora desse país.
Tem muita gente passando necessidades reais apenas para sustentar essa turma que não abre e nunca abriu mão dos privilégios para justificar o nome de representantes do povo que os elege, nada nos dão em troca.