domingo, 15 de junho de 2025

QUASE IGUAL

O frio estava de lascar, o Caixa Preta liga querendo dar uma chegada no Porcão, pensei que o cabra tinha enlouquecido de vez, pois o frio castigava todo cristão que quisesse dar uma volta na cidade.
Talvez o frio não fosse desculpa pra não atender o convite, resolvi encarar o Porcão, sentir aquela gostosa catinga de gordura velha filtrada na palha de aço,
o cachorro me olhando com más intenções babando pelos cantos da boca, doido pra me tascar uma bela mordida, pensei com meus botões, os adoradores de pet que me perdoem, mas tive uma série de maus pensamentos. vou comprar “chumbinho”...
O Galak com cara de poucos amigos nos recebe com aquela doçura de sempre e entre um palavrão e outro nos traz o cardápio.
Al-Qaeda no fogão preparava a nossa gororoba de cada dia, senti um frio no estômago, confesso que já estava arrependido o dia nada prometia de bom, mas estava querendo ouvir alguma história do Caixa Preta, que sempre tem uma boa pra contar.
Conversando com o velho Caixa que estava meio sem assunto o cabra começou a falar sobre algumas coisas que acontecem.
Por causa do frio ele está assistindo tudo que passa na TV, até novela ele anda encarando, emocionado me falou que uma cena de novela quase o levou as lágrimas.
Numa das cenas, a família muito chique, sentaram á mesa pra jantar, tudo calmo e estranhamente tranquilo mas, de repente alguém começa uma discussão sem pé nem cabeça, o tempo fechou.
Alguém parece muito estressado, levanta-se de uma vez gritando que perdeu a fome, subindo as escadas correndo sem ter comido nada.
Fiquei curioso, perguntei se a família dele era igual pra ele ficar tão emocionado, ele me disse que era quase igual.
Sempre que começava o quebra-pau a família estressada jantava três vezes pra se acalmar.
Tive que rir!

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