domingo, 19 de março de 2023

LISOS E FURIOSOS




Final de semana resolvemos dar uma circulada na Feira do Guará, para observar a movimentação, pensei até que ele ia pagar uma gelada mas daqueles bolsos não sairiam nem um centavo, como era hora do almoço, eu estava meio faminto, resolvi convidar o amigo quebrado para almoçar.
O Caixa me falou que na região devido a crise tem gente matando tubarão a soco, o que mais doía era a solidão das pessoas, a maioria sentindo falta de um abraço amigo, um bom bate papo tomando uma bem gelada, ele falava que a coisa está tão feia que ele jura ter visto gente apertando o botão do porteiro eletrônico só pra bater um papo com alguém.
Papo vai, papo vem, senti que o velho amigo queria apenas curtir o momento sem ter que esquentar a cabeça com nada, foi quando ele trouxe a tona aquela pesquisa que dizem ter feito sobre o Guará e soltou essa pérola: Tem muita gente se agarrando em poste para não cair na escala social , sequestrando elevador para subir na vida , a coisa está pra lá de feia e a tendência é piorar.



Foi aí que me confessou que estava mais liso que mussum ensebado , falou que a crise o pegou de jeito ,me contou até que comprou tinta para retocar a radiografia pois não tinha o dinheiro do remédio, ri,, a coisa realmente estava feia para o lado do velho Caixa .O ronco do meu estômago já me incomodava, estava já ficando com tontura de tanta fome.
Sentados em um restaurante da Feira do Guará, o cabra resolveu abrir o verbo, estava muito irritado com o que acontece hoje no  Guará, está uma zona pra ninguém botar defeito, os nervos estão à flor da pele, não está dando mais para aguentar tanta esculhambação na cidade, virou uma verdadeira casa de Mãe Joana, com isso a paciência do cabra vai pro espaço.
Segundo o velho Caixa, aquela turma do João Sem Braço cada dia aumenta mais, tudo na base do se colar, colou.
Né mole não!

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