Incomodado
com a jaqueira assassinada na semana anterior, resolvi dar uma
passada no local do crime, onde um monstro, armado com uma
motosserra, atacou sem piedade a pobre jaqueira, cujo o único crime
era deixar suas folhas e frutos caírem nos tetos dos
moradores
próximos a ela. Eles sofriam com os ataques da enlouquecida árvore,
que apesar de amada, causava grande sofrimento ao bolso dos
contribuintes que, calados, sofriam com os prejuízos decorrentes do
humor da árvore.
Muitos
foram os pedidos para que a turma da poda desse um jeito, mudaria
toda a história que agitou grupos de Whatsapp. Pseudo ambientalistas
se comoveram, aqueles que quando uma folha cai no chão chora e passa
uma semana sem tomar um porre. Alguns chegam a andar de preto pela
cidade para impressionar.
Mas
a grande verdade em torno dessa celeuma fiz questão de descobrir. Um
pouco ressabiado, fui atrás dos supostos envolvidos: simpatizantes
da jaqueira, vizinhos e grupos ambientalistas que ameaçavam linchar
nem que fosse em pensamento os desalmados autores do suposto crime
ambiental.
Estive
na casa das pessoas onde constatei a verdade por trás de toda essa
novela, inclusive registrei os estragos causados pela frondosa
jaqueira nas propriedades vizinhas. Foi então que descobri que bem
ao lado, outra árvore tivera o mesmo destino, mas ninguém ficara
tão revoltado como o acontecido com “Jaque” a jaqueira morta.
Apesar
de tantos pedidos, súplicas, queixas feitas diretamente aos órgãos
responsáveis, que não receberam a atenção que o caso merecia,
quase resultou em uma guerra entre vizinhos.
Chega-se
então a conclusão que está faltando um pouco de tolerância entre
as pessoas, pois as dores ou problemas do meu vizinho não fazem
parte dos meus problemas. Se eu estiver bem, pouco me importa o que
aconteça com os outros, afinal, minha vida é minha e ninguém tem
nada com isso, mesmo que, diante da minha insensibilidade o meu
vizinho seja prejudicado, pois não é meu o problema.
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