Um
calor de lascar, parecia que o inferno tinha mudado para o Guará.
Sentíamos na pele não os raios solares, mas as labaredas do fogo
das caldeiras do capeta.
Nada
restava fazer senão ir no rumo do nosso querido e odiado
“Porcão”,onde os gritos do Galak e a comida de Al-Qaeda nos
esperavam. Como sempre, preparei o espírito para ouvir um caso do
meu inseparável amigo Caixa Preta que pelo semblante tinha muita
coisa a contar.
Um
dia resolveram participar de um jogo lá no Núcleo Bandeirante
contra um time que era treinado pelo Danúbio Martins,pioneiro da
Cidade livre,que continua tendo muita influência por lá .Era o time
da igreja do padre Roque, o famoso “Apóstolos da Bola”, formado
por coroinhas e congregados marianos que dificilmente perdiam, pois
os adversários tinham medo de bater no time e ir para no inferno ou
serem excomungados pelo padre,que tinha fama de falar diretamente com
Deus.
No
domingo a esquadra do “Mel Cruel” se apresentou uniformizada com
aquelas famosas camisas de propaganda política. A formação era uma
verdadeira seleção de cachaceiros do Guará : Dentinho, Macaxeira,
Bom Cabelo, Pau Preto e Lamparina, Da Lua e Fubeca; Cafofo, Praga de
Mãe, Dirran e Parecido(era muito parecido com gente).
O
técnico Macarrão deu as instruções, traçou uns riscos no chão e
falou que a marcação era por zona.
Entraram
em campo e levaram uma saraivada de 8x0. No final do jogo o padre
veio tirar um sarro com a galera, mas fingindo seriedade falou: Bom
jogo, mas não entendi porque vocês jogaram com dez
jogadores...Faltava um!
Era
o Lamparina que, ao ouvir a palavra zona, correu pra lá, deixando o
pessoal na mão. O Lampa passou um bocado de tempo longe dos campos
de futebol.
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