sábado, 11 de abril de 2020

UM CASAMENTO E QUASE ALGUNS FUNERAIS

Sem nada pra fazer resolvi dar uma passada lá no Porcão, pra saber das novidades ou de  algo novo que estava prestes a acontecer na cidade.
O Caixa Preta já me esperava todo sorridente com uma camiseta onde estampada no peito trazia a figura de um verme sinistro  e logo abaixo escrito com letras garrafais : PARASITA para que não ficasse em branco o protesto do cabra.


Tomando aquela gelada o velho Caixa me contou esse caso bem interessante, acontecido por aqui, segundo ele fora com um chegado dele, fingi acreditar e  prestei atenção no caso.
Diz ele que esse amigo ia casar com uma garota de família tradicional, a igreja lotada de amigos, curiosos e penetras.
A noiva entrou de braços  com o pai, seguida por umas dez daminhas de honra, mais padrinhos e madrinhas, que era uma quantidade razoável, o coral cantando aquela música, acompanhado pelo órgão tocado por um sacristão com cara de tarado.
A cerimônia transcorria maravilhosamente bem, parecia coisa de cinema.
O sacerdote então resolveu perguntar se alguém tinha algo que dizer contra a união dos noivos, era o momento de levantar-se e falar, ou calar-se para sempre. 
Um momento de profundo silêncio foi interrompido por uma jovem e bonita mulher que levantou-se lá detrás, com ela  levava uma criança no colo, começou então caminhar lentamente até a frente.
Tudo se transformou rapidamente em um caos, ninguém entendia ninguém, uma gritaria infernal.



A noiva esbofeteou o noivo, ainda atordoado levou uma voadora do irmão da noiva, a mãe do noivo desmaiou, os pais da noiva estavam furiosos, os convidados cochichavam, as testemunhas do casamento se entreolhavam angustiados pensando como podiam ajudar a resolver a situação.
O sacerdote, muito nervoso pedia calma, tentando controlar aquela situação, com muito custo conseguiu perguntar a mulher:
Você pode dizer por que vieste até aqui na frente com essa criança no colo? O que tem para nos dizer?
A jovem meio sem jeito respondeu: - Ali atrás não dá pra ouvir nada.

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