Lá no Porcão sentados em nossa mesa favorita, eu e o meu amigo Caixa Preta tomando uma gelada, pois não somos de ferro, o Galak nos observava com aquele olhar cândido, planejando talvez uma forma de se livrar da gente.
Nesse clima tão tranquilo, apenas a fumaça que vinha da cozinha nos incomodava, as moscas já se acostumaram, tudo dominado.
O velho Caixa estava meio puto, segundo ele estamos num processo de regressão brutal, parece que a barbárie hoje domina corações e mentes, não existindo ainda uma vacina eficiente, mas parece que a resignação já encontrou seu ponto de equilíbrio em nossas veias para sobreviver em meio a tanta notícia ruim.
Mas a escalada de horrores e violência, invade as redes sociais e sobretudo os noticiários de um modo geral, continuam a desafiar todas as nossas defesas.
O cabra falava da morte do congolês, do vizinho morto por não ser reconhecido por outro vizinho, referia-se ele a um longo histórico da banalização da violência em todo o país.
Sem querer tive que interrompê-lo pois eu estava querendo saber das coisas que acontecem no Guará, sei que ele está sempre bem informado e não liga quando alguns fazem biquinho com os seus comentários, ele não dá a miníma.
Resolveu voltar a falar de um programa lançado no DF, que atingiu algumas praças abandonadas do Guará, pois não se sabe qual o critério de escolha das tais praças, visto que todas já sofrem de abandono a muito tempo, sem que nada seja feito para melhorar, coisa que o tal programa também não fez, pura gambiarra.
Esse governo inútil trata o contribuinte com desdém, como se fossemos uma população de idiotas, onde os puxas sacos chegam com essas cretinices e a população simplesmente bate palmas.
As tais praças premiadas com o tal programa, mostram a cruel realidade de um governo incapacitado de devolver aos contribuintes os benefícios cobrados.
Pois em nada adiantou tanta gambiarra, maquiagem e o desperdício de recursos, a coisa continua pior do que antes, a nossa paciência com isso vai pro espaço.
O Guará merece, exige respeito, pois não somos idiotas que aceitam qualquer idiotice inventada.
Basta!
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