terça-feira, 7 de setembro de 2021

DE TANGA




Depois de algum tempo confinado por causa dessa maldita pandemia, resolvi dar uma volta pela cidade, estava ansioso pra saber das novidades.
Minhas pernas adestradas me levaram direto ao templo da sujeira o bom e velho Porcão, querendo encontrar o Caixa Preta para ficar atualizado com o que ocorre no Guará.
Sentado na mesa todo sorridente o meu amigo Caixa Preta, estava pra lá de relaxado,  devagar fui chegando até a mesa onde um copo e a famosa cerveja canela de pedreiro me aguardava, não me emociono facilmente, mas senti os olhos marejados, estava salivando igual a neném quando começa a nascer os dentes.
O cabra estava afiado, sem perder tempo foi soltando as pérolas, dizendo logo que queria ficar de porre até o ano que vem, pois do jeito que estavam projetando tudo para esse ano, desgraça pouca é bobagem ,logo estaremos como no descobrimento, todo mundo de tanga!
Apesar de contrariado tive que concordar com o velho Caixa, pois acabara de sintetizar o sentimento de quase todos em relação ao momento por qual passamos, com o dinheiro diminuindo, tudo ficando cada vez mais difícil, basta dar uma olhada nos aumentos que estão nos empurrando goela abaixo.



Sem querer me benzi e mentalmente arquitetei um plano de sobrevivência, pensei em me bronzear , pois queria entrar no clima, começar a treinar arco e flecha no quintal lá de casa.
Pra não demonstrar desespero, dei um sorriso meio sem graça, mas a vontade que deu foi sair correndo feito um doido no meio da rua, me acalmei, não queria pagar esse mico.
O Caixa é meio alarmista, mas talvez não seja tão ruim assim, quem sabe o povo crie vergonha na cara, não se deixe ser guiado como um rebanho de vacas de presépio.
Será que o nosso destino é comer farelo de arroz, osso e pé de frango? Sem querer me lembrei que a gasolina subiu novamente.
Apavorado gritei: Eu quero mamãe !!! 

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