PANDEMIA DO DIA A DIA
O tempo está calmo,
muito calmo, calmo até demais
O sol está bonito,
nem cálido, nem frio
Não há guerra, explosões, bombas, tiroteios ou escaramuças
Apenas extermínio em massa,
hoje mil, amanhã dez mil
Nesses tempos em que o certo e o errado morreram
A vida sem ciência e sem razão ainda faz sentido?
Ou a morte solitária, abraçada com o medo,
Será o sentido das nossas pequenas vidas?
Vidas pequenas, minúsculas,
Maiúsculas em mortandade
Vítimas de vidas microscópicas,
Maiúsculas em letalidade
E ficamos acuados,
estressados, trespassados pelas dores
Das perdas, do tratamento, da distância, dói tudo
Quando o futuro é o presente escrito nas tumbas
E o amanhã é apenas um sonho de abraçar livremente
O que nos resta de humanidade em nossa volta?
Ah, ainda resistem seres humanos ao nosso lado,
No dia a dia,
no calor do carinho e da amizade,
Tudo é cuidado e consolo para um amanhã seguro
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