sábado, 24 de abril de 2021

POETAS NA PANDEMIA III

 




PANDEMIA DO DIA A DIA


O tempo está calmo, 

muito calmo, calmo até demais

O sol está bonito, 

nem cálido, nem frio

Não há guerra, explosões, bombas, tiroteios ou escaramuças

Apenas extermínio em massa, 

hoje mil, amanhã dez mil

Nesses tempos em que o certo e o errado morreram

A vida sem ciência e sem razão ainda faz sentido?

Ou a morte solitária, abraçada com o medo,

Será o sentido das nossas pequenas vidas?

Vidas pequenas, minúsculas,

Maiúsculas em mortandade

Vítimas de vidas microscópicas,

Maiúsculas em letalidade

E ficamos acuados, 

estressados, trespassados pelas dores




Das perdas, do tratamento, da distância, dói tudo

Quando o futuro é o presente escrito nas tumbas

E o amanhã é apenas um sonho de abraçar livremente

O que nos resta de humanidade em nossa volta?

Ah, ainda resistem seres humanos ao nosso lado,

No dia a dia, 

no calor do carinho e da amizade, 

Tudo é cuidado e consolo para um amanhã seguro


AUTOR : Fernando Gurgel - Ano 1 PC - Pós Covid

Nenhum comentário:

Postar um comentário