Eu e meu amigo Caixa Preta procuramos o quiosque mais sujo e amado da cidade, o famoso point da boêmia cachaceira e dura, onde se pode beber, depois mandar pendurar, mesmo diante dos protestos do gentil garçom Galak, que fica gritando de sacanagem o nome dos que estão pendurados a mais tempo, o intuito é esculachar mesmo.
Quando ouço aquela aula de boa educação, fico emocionado, com uma vontade incontrolável de matá-lo. Tento me acalmar, ameaço pagar a conta e nunca mais voltar, mas quando ele me apresenta a fatura, lembro que ainda não paguei as contas, que sempre aumentam numa velocidade inexplicável e quando damos conta já está maior que imaginamos.
Procuro então me concentrar no caso que o velho Caixa começa a contar, tenho que anotar ou gravar pra não esquecer.
O assunto é quase que recorrente, pois apesar de falarem que está tudo bem por aqui, o que se vê demonstra bem o contrário, pois nada está tão bem assim.
Quando se fala do aumento de pedintes e moradores de rua em nossa cidade, alguns imbecis fazem biquinho, dizem até que estamos querendo fazer uma assepsia social, sem apresentar soluções humanizadas e mais um monte de abobrinhas.
Queremos na verdade é que os responsáveis por ações nessas áreas, saiam do conforto de seus gabinetes, levantem a bunda de suas cadeiras e passem a tratar o problema como um caso realmente sério, que a muito espera uma solução. Chega de querer tapar o sol com uma peneira e apresentar um monte de desculpas esfarrapadas como sempre fazem.
Pois é muito fácil olhar para o outro lado ignorando essa chaga que cresce a cada dia mais em nossas cidades principalmente aqui no Guará, onde a cada dia nos deparamos com um acampamento em becos e pontas de rua.
Todo dia lançam uma campanha, mas nada que venha de encontro aos anseios da população pra minimizar os efeitos maléficos do desemprego, do uso indiscriminado de drogas da miséria e da fome que campeiam por aqui também, apesar de alguns não aceitarem o fato mais que consumado.
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