Passeando pela cidade encontrei o Caixa Preta. Para não perder o costume nos dirigimos ao nosso sujo e amado Porcão, que em matéria de falta de higiene não fica a desejar em relação a outros que temos no Guará.
Sentamos a nossa mesa estratégica bem próximos à saída, onde temos uma boa visão do ambiente, inclusive da cozinha onde ocorrem os maiores crimes da culinária, sempre perpetrados por Al-Kaeda, a mãe do Galak o ogro que nas horas vagas é garçom do boteco.
O velho Caixa sempre com um caso pra contar, esse é de lascar mas quase acreditei, pois a fama dos gaúchos, parece com a da torcida do São Paulo (que o pessoal chama maldosamente de Bambis), apesar de fazer parte do anedotário do país, o cabra me garantiu que aconteceu.
Diz o maluco que próximo a ele mora um gaúcho, desses que cultiva e venera os costumes do sul, sempre com bombachas, aquelas botas de cano longo, lenço vermelho no pescoço e aquele baita bigodão na cara para assustar quem cruzar o seu caminho.
Nunca sai à noite, mas outro dia resolveu dar uma volta na quadra. Como estava gostando do passeio resolveu esticar um pouco mais a caminhada e foi parar lá no fundão da QE-38, onde a turma não alivia nem a sombra.
Voltou pra casa apavorado, gritando, suado, todo amarrotado, aos gritos tentava explicar o motivo da aflição: -Mulher, mulher...estou só o caco, fui assaltado por uns bandidos perigosos.
A mulher muito calma, tentava entender o que se passava:- O que foi que aconteceu? Pra que todo esse alvoroço? Estou vendo que você não foi ferido.
O gauchão meio sem jeito falou:- Fui assaltado e ainda me estupraram! Que faço agora?
Mais calma ainda a esposa respondeu: - Chupa um limão!
-Isso por acaso vai diminuir a minha dor e a vergonha? Gritou o gauchão.
-Não, mas garanto que vai disfarçar essa sua cara de felicidade! Respondeu a sábia mulher.
Quase me engasguei de tanto rir.
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