sábado, 25 de maio de 2019

TRAUMAS

O Caixa Preta e eu estávamos sentados lá no Porcão curtindo a paisagem, um esgoto a céu aberto, aquele lixo espalhado, algumas capivaras que depois fiquei sabendo se tratarem de ratazanas que habitam o local, dizem até que elas já botaram muito cachorro valente pra correr.



Resolvemos então conversar sobre a saúde, falei que não estava me sentindo bem e que  precisava urgentemente fazer uma visita ao médico. Foi o suficiente pro velho Caixa falar da visita que fez ao urologista.
Diz ele que estava meio afobado, era a primeira vez que o cabra ia fazer o famoso exame da dedada, assim vulgarmente apelidado pela galera da nossa faixa etária, tudo é motivo pra gozação.
Quando chegou no consultório, ao cumprimentar o médico, levou um susto danado pois a mão do cabra era grande demais, mandou logo ele tirar a roupa, colocar em cima da dele e ficar na posição de receptáculo.
Sempre olhando pra ele, foi colocando as luvas bem devagar e depois fez questão de dar um estalo na luva. O franzidinho trancou de uma forma que só depois de muito carinho e uma boa conversa resolveu relaxar.
Foi tudo muito rápido, parecia até ter sentido algo na garganta, mas era só a tensão, confessou então que foi uma das mais traumática experiência que já teve.
Sem contar da vez que ficou internado num quarto com outros três pacientes, de repente entrou um enfermeiro com uma prancheta, foi logo perguntando para o primeiro qual era o problema e o tratamento.
O cara meio sem jeito respondeu que tinha hemorroidas, o tratamento era algumas pinceladas de Azul de Metileno, os outros dois reponderam a mesma coisa, quando chegou a vez dele, ele foi logo explicando que estava com a garganta muito inflamada, o tratamento também era igual aos outros, pinceladas de Azul de Metileno, mas gostaria de ter um pincelzinho só pra ele.
O cara não existe. 

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