quinta-feira, 24 de julho de 2025

UM ESTUDO SOBRE RESSACAS

Parece até um ritual, estou novamente frente ao computador tentando escrever o artigo, nada de celular ou outra coisa que me preocupa.
Aliás, a única coisa que me preocupa são os telefonemas do Caixa Preta, sempre querendo ir ao Porcão.
Da última vez que nos encontramos, ele veio falar das ressacas, das grandes ressacas, aquela que sempre nos lembrava que nenhum prazer ficará sem o devido castigo, onde cada porre era um desafio às leis do universo.
Lembrava-se sempre das náuseas, azia, dores de cabeça, aquele festival de mal estar onde o mundo parecia que ia acabar, mas continuava lá pra lembrar que o buraco é mais embaixo.
Quem já tomou cuba libre sabe do que falo, pois graças ao nosso forte desejo de autopreservação conseguimos sobreviver, apesar do porre de cuba libre nos arrasar.
Estou citando isso como exemplo, quando chegava a tontura eu sentia um estranho desejo de morte, onde jurávamos que nunca mais ia beber.
Mas esse nunca mais sempre durava pouco, pois no sábado que demorava tanto a chegar que parecia uma eternidade, enfiávamos o pé na jaca.
Tudo era tentado pra curar a ressaca, eu sempre tentava evitar a ressaca, sempre tomava um Alka-Seltzer com duas aspirinas antes de dormir, mas como eu chegava pra lá de Bagdá, dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando pra cama, quando conseguia encontrar a cama.
Não consigo entender muito o que o cuba libre fez no meu organismo, pois até hoje quando vejo uma garrafa de Ron Montila, estranhamente os dedos dos meus pés encolhem.
Quase me engasguei de tanto rir de mais essa cretinice contada pelo velho Caixa.

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