terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

TRAUMAS DE INFÂNCIA

Nunca fui chegado em ir a cemitério acompanhar o enterro de algum conhecido ou parente, sempre fui meio traumatizado com esses rituais.
Cheguei a conclusão que o cabra que me traumatizou foi meu pai, que tinha mania de obrigar os filhos a irem a enterros e velórios, além da missa todos os domingos de manhã, chovesse ou fizesse sol.


A lembrança mais traumática que tenho até hoje, foi quando eu tinha 12 anos e meu pai me obrigou a ir a um velório de um amigo dele que eu não conhecia, nem sabia quem era.
Quase anoitecendo chegamos a casa do defunto, naquele tempo velório era em casa mesmo, lá rolava desde dominó até carteado, regado a cachaça e café.
Enquanto as mulheres rezavam, com o terço puxado pelas beatas da região, fiquei num canto esperando a hora de cair fora dali.
Do nada apareceu um homem ao meu lado, pôs a mão na minha cabeça e falou calmamente: - Seja feliz e aproveite a vida, pois eu não consegui aproveitar!
Meu pai querendo me fazer perder o medo, antes de ir embora me obrigou a chegar junto do caixão pra me despedir do defunto.
Foi quando levei o maior susto ao olhar o defunto, juro que me deparei com o homem que tinha conversado comigo.



Foi quando passei a ter medo de escuro, não dormia direito, tinha pavor de apagar a luz do meu quarto, isso sem contar com os terríveis pesadelos que eu tinha e me faziam acordar suado, gritando no meio da noite.
Muitos anos depois descobri que o defunto “fio” de uma égua, tinha um irmão gêmeo.

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