Encontrei o Caixa Preta na Feira do Guará, sem ter muito oque fazer resolvemos dar uma circulada pela Feira para observar a movimentação, pensei até que ele ia pagar uma gelada mas daqueles bolsos não sairiam nem pastel e como era hora do almoço, eu estava meio faminto, resolvi convidar o amigo quebrado para almoçar.
O velho Caixa me falou que no cerrado já tem gente matando tubarão a soco, falava ele da solidão das pessoas dizendo que tem gente apertando o botão do porteiro eletrônico só pra bater um papo com alguém.
Papo vai, papo vem, senti que o velho amigo queria apenas curtir o momento sem ter que esquentar a cabeça com nada, foi quando ele trouxe a tona aquela pesquisa da Codeplan sobre o Guará, que se acha Dubai, onde a mentira e o faz de conta fez morada.
Soltou essa pérola: Tem gente na cidade se agarrando ao poste para não cair na escala social e sequestrando elevador para subir na vida.
Foi aí que me confessou que estava mais liso que mussum ensebado , falou que a crise o pegou de jeito ,me contou até que comprou tinta para retocar a radiografia pois não tinha o dinheiro do remédio dei umas boas risadas , a coisa realmente estava feia para o lado do velho Caixa .O ronco do meu estômago já me incomodava, estava já ficando com tontura de tanta fome.
Tive que me render e pagar o almoço do cabra, sentados em um restaurante da Feira, o cabra resolveu abrir o verbo, começou a relacionar o que o estava incomodando, vi que a coisa era séria.
Segundo o cabra, na nossa pacata cidade agora está surgindo, além das vaquinhas de presépio, agora temos também o imbecil de carteirinha, fiquei pasmo com a veemência, continuei ouvindo.
O tanto de santo em processo de canonização na cidade, está deixando a Terra Santa no chinelo, Chicão, o Papa tá querendo mudar de mala e cuia pra cá, para quem sabe cortar caminho para o céu.
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