RESCALDO

O suor escorre, minha paciência que já anda meio rara, parece ter desaparecido por completo, o telefone toca,é o Caixa Preta querendo me contar alguma novidade.
Marcamos lá no Porcão, vamos aproveitar pra tomar uma gelada e colocar o papo em dia, ao som dos doces sons emitidos pelo Galak, um misto de grunhidos com urros de algum animal pré-histórico, sentindo aquela deliciosa catinga de fumaça.
Aquele clima de velório até assustava, um monte de candidatos derrotados chorando acompanhados pelas garotas que ganharam o dinheiro do otário, votaram em outro e agora bebiam fazendo caras de tristinhas para impressionar o patrão e obrigá-lo a pagar o que prometeu.
Caixa Preta ria de se dobrar com tanta sacanagem, mas a alegria do Caixa era outra que não consegui descobrir e ele não queria contar, o cabra não escondia a satisfação.

Para não perder a viagem o velho Caixa resolveu contar que os moradores do Guará estão espumando de raiva com o pessoal da administração que andou prometendo a reforma de quadras esportivas , agora depois das eleições sumiram e não fizeram a tão sonhada reforma.
Andaram fazendo aquelas famosas gambiarras tão conhecidas por aqui pra enganar os moradores que ficaram a ver navios, além de não ter a praça devidamente reformada para usufruto dos moradores que estão na bronca com a turma do falso sorriso, do lero-lero, cheio de conversa mas sem resolver tchongas. 
O Guerrilheiro do Cerrado estava indignado com mais uma armação da República dos Chegados que muito andou prometendo mundos e fundos pra se promover e nada fez de concreto, um monte de obras feitas nas coxas, coisas muito comum por aqui. 
A população merece respeito!