terça-feira, 2 de julho de 2019

O TEMPLO

Eu e o Caixa Preta, nos dirigimos ao Porcão para botar o papo em dia e curtir aquela falta de higiene tão conhecida pela galera.
Sentamos lá no nosso ponto estratégico, onde não dá para sentir a catinga de gordura que vem da cozinha que deixa a gente meio enjoado e algumas vezes com ânsia de vômito.



O velho Caixa resolveu então atacar de sessão nostalgia e relembrar de um reduto de cachaceiros aqui do Guará, o saudoso Ai Sem Bar, só perdia em sujeira para o Porcão.
Era um dos mais famosos copo sujo da região, ranqueado pela FBA - Frequentadores de Botecos Anônimos o popular Recanto dos Garanhões, onde se reuniam Gastinhos e Gastinhas sexy’s (sexagenárias) para beber, delirar com os casos de amor e desamor, riquezas, pescarias e outras mentiras que surgem em mesas de botecos para deleite dos frequentadores, entre eles, nós. Curtíamos muito aquele ambiente tranquilo, onde durante as partidas de dominó ou assistindo os jogos de futebol, rolava muita alegria, entre cadeiradas e xingamentos.
Com o Caixa Preta descrevendo aquelas cenas nostálgicas meus olhos se encheram de lágrimas, que logo tratei de disfarçar, acredito que até hoje tem gente de luto pelo fechamento de tão emblemático ponto da boêmia guaraense.
Não consigo descrever aquela fauna que frequentava, o que era para muitos um verdadeiro templo para biriteiros e afins da nossa cidade.
Muita gente vai estranhar, pois acredito que não será fácil encontrar um refúgio da realidade maior que aquele boteco proporcionava, através de porres e discussões que lá aconteciam, além da falta de higiene que dificilmente será encontrada em outros botecos similares.
Fiquei emocionado.

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