sexta-feira, 7 de novembro de 2025

REGULARIDADE

Um belo dia você acorda olha o horizonte, (se der, pois talvez já tenham construído um puta de um prédio residencial ao lado de sua morada) pega distraidamente o jornal, nada de novo. Toma o café e sai para dar um rolê, sente que está na terra, nada entre você e o chão, percebe que esqueceu de calçar o sapato quando o asfalto começa a queimar a sola do seu pé. Destino? Porcão.
Por lá rolava um pagode, uma algazarra de lascar cada um cantando num tom, ritmo zero, as vozes já molhadas por tanta cerveja começavam a ficar meio lentas, a língua começava a pesar.
Depois de ver algumas cenas dantescas e meio degradantes resolvi mais uma vez que vou tentar cortar a bebida da minha vida, essa será uma das centenas de vezes que tentei parar, nunca tive sucesso e o máximo que consegui foi molhar a faca.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

ABERRAÇÕES

O Caixa Preta lá na rua de lazer estava indignado com o que hoje vemos no Guará, na própria rua de lazer podemos notar os desatinos dessa turma sem noção.
Um grande exemplo era um caminhão - betoneira estacionado no meio da rua apenas para fazer propaganda de uma empresa de cimento, um verdadeiro acinte a população.
Crianças e adultos querendo espairecer e o tal monstrengo lá sem nada que acrescentasse para as pessoas que foram até a tal de rua de lazer, tudo está uma verdadeira zona, um mercado persa pra ninguém botar defeito.
Aqueles que se acham donos da rua parecem não se incomodar com tanta aberração que pintam no pedaço, estou meio cabreiro com essa modalidade, pois segundo os padrões de lazer, a rua apesar da extensão está aglutinada em um ponto, parecendo que tem algo por trás dessa imbecilidade, fiquem certos que bobos não somos.
Como sempre faço nos finais de semana fui até a QI-07 pegar uns jornais, mas pra minha surpresa, pasmem os senhores, até uma das mais antigas bancas de jornais da cidade está sendo retirada de lá, numa falta de vergonha de lascar, com conversa mole de espertalhões, numa falta de respeito a história da cidade, que a cada dia depara-se com essa ação criminosa contra os pequenos comerciantes a muito estabelecidos.
Os donos pra sobreviverem tiveram que virar camelôs, dos muitos que infestam aquela área central.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

LEMBRANÇAS, LEMBRANÇAS, LEMBRANÇAS


Encontrei com o Caixa Preta, ele estava arrasado, não tinha aquela alegria que sempre mostrou quando nos encontrávamos lá no Porcão.
Sentados, ele me contou o real motivo, tinha tido a notícia que o nosso amigo jornalista Jairo havia morrido, vocês sabem que eu e o velho Caixa tínhamos grande admiração pelo velho escriba, é como o Caixa citava o leitor assíduo dessa coluna o que muito me agradava, me deixava até envaidecido, foi um duro golpe.
Os bons quando nos deixam, parece que o mundo fica menor, sem graça e desprotegido, pois pessoas boas, no nosso mundo de hoje são raras, quando se vão parece que deixam uma lacuna difícil de ser preenchida.
Bebendo a nossa cerva pra lá de gelada começamos a relembrar o passado, os nossos cabelos brancos revelavam as poucas e boas que passamos defendendo com unhas e dentes a nossa querida cidade, o nosso Guará.
Enquanto nós envelhecíamos, por incrível que pareça, o contrário acontecia com o Guará, que de uma simples vila maldosamente por muitos apelidado de Cidade Dormitório foi se transformando em uma moderna cidade, com tantos problemas e descasos, mas cada vez mais amada por nós.

domingo, 2 de novembro de 2025

NÓ NAS TRIPAS

Ontem, senti tanto calor que segundo alguns parecia que o inferno enfim encontrou a terra, o  suor escorria, estou aguardando o Caixa Preta, parece que o cabra voltou a dormir dentro do freezer, coisa de maluco, eu estava querendo dar uma chegada lá no Porcão.
Mesmo com o suor escorrendo, o nervosismo tomando conta, detesto calor procurei me acalmar pra enfrentar essa mudança de temperatura.
Vou dar uma chegada lá no Porcão, onde o Galak me deu um coice muito carinhoso, meus olhos lacrimejaram, pedi logo uma super gelada pra espantar os maus pensamentos, estou aprendendo a não maltratar os animais que vivem ao nosso redor.
Finalmente o velho Caixa chegou todo sorridente dizendo que tinha umas boas pra me contar, antes xingou o Galak.
Começou então a falar do besteirol que atacou a galera aqui no patropi, entre nas redes sociais, onde as besteiras se propagam, as verdadeiras aberrações são disseminadas.
O velho Caixa notou que a grande preocupação é saber quem matou Odete Roitman, pois outros assuntos que nos afetam não importam.
Coisas estranhas estão acontecendo, chegamos a nos assustar com essa realidade dura do nosso dia a dia.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

VERDADE DOLORIDA

 

Tenho que começar com a letra desse samba do grande Arlindo Cruz pra me fazer entender : Nem toda maldade humana

Está em quem porta um fuzil
Tem gente de terno e gravata
Matando o Brasil .
Acho que o mundo está entrando numa fase de decadência de difícil recuperação, quando matam 15 pessoas na Faixa de Gaza rapidamente o clamor atravessa o mundo.
Quando nos deparamos com os exageros que acontecem todos os dias por aqui, parece que uma venda está sobre nossos olhos, ninguém vê nada demais.
Mas não esqueçam que por lá é uma guerra, aqui um idiota eleito pelo povo, resolveu chacinar algumas centenas de pessoas, seguindo sempre as regras dos canalhas aqui eleitos.
O imbecil governador do RJ , continua com cara de que está atolado até o pescoço com os bandidos, que hoje sabemos que são grandes financiadores de campanha desses políticos testa de ferro, dessa corja de bandidos que tomou conta do Rio de janeiro.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

TERRÍVEL

Lá no Porcão encontro meu amigo Caixa Preta para tomar a nossa tradicional cerveja e curtir um papo , comer o tira gosto sem gosto que é a especialidade da casa , sabor isopor.
Figuras conhecidas povoam o bar nos finais de semana, nas mesas, assuntos variados tipo, quem tá querendo comer quem, política nacional, internacional, cultura inútil, fofocas e outros leros que só ouvimos em mesa de bar. 
Mas, aproveitando o assunto, deixa eu contar essa que o velho Caixa me contou dizendo que tinha acontecido com um amigo, mas tenho quase certeza que o herói dessa história era o próprio.
Segundo relato do cabra a coisa aconteceu mais ou menos assim, ali perto da Feira do Guará um sujeito estaciona sua moto, nova e possante em frente ao boteco e vai tomar umas e outras. 
Mas na volta descobre que a moto foi roubada, furioso, ele chuta umas cadeiras na calçada do boteco, vira uma mesa e entra gritando bem alto: - Quem foi o FDP* desgraçado que roubou minha moto?  Silêncio total , o ar ficou pesado parecia que o tempo tinha parado.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

ECONOMÊS

Mais uma vez estou sentado tentando escrever o artigo, o Caixa Preta ainda não começou a me perturbar, pois sei bem que o cabra com esse calor infernal vai querer dar uma chegada lá no Porcão.
Quando chega nessa época do ano é melhor se preparar, o Natal se aproxima, olho pro quase extinto Lobo Guará que está na minha carteira, pobre lobo, já está rareando no bolso do assalariado também, como diz o velho Caixa , mais raro do que deputado em Brasília trabalhando.
Já vou preparar alguns cartões com as desculpas esfarrapadas de sempre pra driblar a ganância dos comerciantes com o orçamento ingrato.
As vezes chego a pensar que o velho Caixa é masoquista, pois enfrentar aquela sujeira e os doces coices do Galak, só mesmo sendo masoquista.
Estou com vontade de dar uma volta pela cidade pra tentar captar algum assunto discutido nas mesas de dominó, onde encontramos de tudo, milionários, filósofos, economistas que vivem às custas dos programas de governo mas tem verdadeiro pavor de pobre, com toda certeza as prestações do carro novo estão atrasadas, o celular não para de tocar com cobranças.

domingo, 19 de outubro de 2025

SEM INSPIRAÇÃO

O calor está insuportável, estou diante do computador, ainda bem que o Caixa Preta não me chamou pra dar uma chegada lá no Porcão, estou evitando.
Preciso de inspiração, não posso acreditar que minha fonte de inspiração, seja daquele templo da sujeira e dos petiscos mortais.
Sem o velho Caixa resolvi começar a escrever, pois a movimentação está grande aqui no Guará, começam o lançamento avulsos de candidaturas. 
É bem possível que agora caia a ficha da turma que estava enaltecendo e jogando na mídia como possíveis candidatos a salvadores do DF, essa galera que foi citada em muita mutreta e ainda juram inocência.
Ainda bem que a descoberta das armações de diversas figurinhas enterrou os sonhos de alguns desses santos e da cambada de puxas sacos que os veneram, sempre visando serem reconhecidos em uma eventual eleição ou em uma possível candidatura que é o sonho da grande maioria, nem que para isso tenha que mandar escrúpulos e ética às favas ,pois o que vale realmente é se dar bem, não importando os meios para agarrar a tão sonhada boquinha.
O povo precisa ficar alerta contra esses espertalhões, que sempre com um sorriso de hiena e as mentiras na ponta língua para enganar os incautos eleitores, que adoram um abraço e uma selfie tirada ao lado do santo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

LATIDOS E MORDIDAS

Lá no Porcão sentado sem ter o que fazer, tomando aquela gelada, que mais parecia canela de pedreiro de tão branca por causa do gelo, esperando tranquilamente a chegada do Caixa Preta, que estava demorando. 
Tive que aturar o mau humor do Galak, aquela doce figura mais grossa que casca de Jacarandá, de repente o velho Caixa chega.
Me preparo para ouvir algum caso maluco que ele tem pra contar, isso nunca falha, parecia alegre, tudo indicava que nada de novo e ruim estava acontecendo no nosso querido Guará.
Pedi então que ele me contasse algum caso para colocar no artigo da semana, depois de alguns goles, alguns palavrões carinhosos trocados com o Galak.
Segundo o cabra, tinha um caso que talvez me interessasse, depois do primeiro gole, ele começou: Um vizinho dele meio maluco, gostava muito de cachorro, sempre que via um abandonado no meio da rua adotava na hora e levava pra casa. A mulher do cabra já não aguentava aquela cachorrada dentro de casa, apesar de não terem filhos. A coisa estava ficando insuportável. 

domingo, 12 de outubro de 2025

A CRISE

Passei o ano martelando o teclado, tentando escrever os textos que mando pro jornal para que cheguem e agradem a todos os leitores. Uma verdadeira loucura, ter que ouvir do meu amigo Caixa Preta, os casos mais cretinos, observações curiosas sobre o dia a dia em nossa cidade.
Mas tudo faz parte do nosso cotidiano, confesso que já me acostumei, o pessoal vive dizendo que sempre reclamo de tudo, claro que procuro me defender como posso.
Agora mesmo estou mais liso que mussum ensebado, meu equilíbrio orçamentário está muito abalado, mas se o Banco do Brasil não tem equilíbrio orçamentário, como é que um lascado como eu vai ter?
Estou lutando, já tenho uma ligeira impressão que sou um dos mais ricos do país, pois estou conseguindo chegar ao final do mês sem dever muito.
Pedi uma cerveja que estava meio morna, mas a sede era tanta e como eu queria era molhar a goela, a coisa desceu rasgando, aguentei o tranco não reclamei para não criar um clima e parecer mal - educado, afinal eu era novato na área.
Estava em terreno hostil, justamente no concorrente maior do Porcão, o não menos sujo Mil e Uma Moscas, desconfiei que me serviram metanol.